Geografia, perguntado por millevitoria1112, 4 meses atrás

A música “we are the word” – USA for África foi lançada no ano de 1985, sendo composta por Michel Jackson e Lionel Richie, interpretada em conjunto por outros 45 artistas norte-americanos se tornou um grande símbolo da luta contra a fome no continente africano durante as décadas de 1980 e 1990. Sabendo que o continente Africano está sempre a margem da evidência econômica, social e história em relação até mesmo a América central e do sul e está geopoliticamente enquadrado como países do sul e fora dos principais blocos de comércio econômico da política e economia atual. A partir disso, descreva como e por que o continente africano está fora dessa visibilidade mundial e tem o maior número de países classificados como “subdesenvolvidos”. *

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Respondido por RayanaSE
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O continente africano está fora da visibilidade mundial e tem o maior número de países classificados como “subdesenvolvidos”.

Por muito tempo acreditou-se que a colonização tivesse um fator relacionado com o subdesenvolvimento de países. Eduardo Galeano, autor de As Veias Abertas da América Latina (1971), dizia que a exploração colonial teve uma relação intrínseca com o atraso econômico.

Entretanto, hoje sabemos que o fenômeno da exploração não pode ser explicada como uma relação de pobreza, visto que países (ex-colônias) como Canadá, Estados Unidos,  Nova Zelândia e Austrália alcançaram a liberdade econômica. Hong Kong foi colônia britânica até 1997 e hoje vive o que chamam de milagre econômico (apesar dos problemas políticos que com a China neste momento). A Malásia também apresenta resultados extraordinários econômicos e sociais.

Também se falou por diversos anos que a exploração de riquezas em diversos países, sejam colônias ou não, retirou as riquezas e impediu o desenvolvimento da população. Entretanto, apenas ter riquezas minerais não é sinônimo de riqueza de fato.

A África possui as maiores jazidas, entretanto essas riquezas estão no centro de disputas das milícias em algumas regiões (como no Congo) ou com mau aproveitamento na extração. Um grande exemplo de riqueza mineral é a Venezuela, que possui as maiores reservas de petróleo do mundo, entretanto sua extração diminui ano a ano por conta da má gestão da estatal, não possuindo condições de melhorar a produção por conta do sucateamento.

O economista americano Walter Williams argumenta que, baseado em algumas correlações, a organização econômica é um fator muito aparente no desenvolvimento. Países com mercado mais livre tem resultados melhores (quanto a transferência de renda, diminuição da pobreza, proteção aos direitos humanos) em relação a países com com intervenção estatal ou planejamento estatal (como é o caso do Brasil).

Hoje já se sabe que a desigualdade social não é um fator de subdesenvolvimento, o problema central é a pobreza e a dificuldade de criar riqueza. A Etiópia, por exemplo, é um dos países com menor desigualdade do mundo. Os Estados Unidos, porém, possuem uma desigualdade muito maior que diversos países subdesenvolvidos.

Para o economista americano John Tamny, "o aumento da desigualdade de renda é um subproduto de um arranjo econômico que premia aqueles que direcionam seu talento e sua riqueza de maneira mais efetiva [...] seu enriquecimento pode até parecer desproporcionado, mas o fato é que quem estipulou o valor de mercado deste indivíduo foram os próprios consumidores de seus produtos".

A produção de riqueza também é um fator que se observa nos países com maior liberdade econômica. O Índice de Liberdade Econômica da Heritage Foundation mostra que, entre os últimos países classificados, estão Sudão, Zimbábue, Eritreia, República Centro-Africana, República Democrática do Congo, Argélia e Burundi (todos abaixo da posição número 160, ver mapa e tabela abaixo).

Entretanto, entre os primeiros colocados estão: Cingapura, Nova Zelândia, Austrália, Suíça e Irlanda. O Brasil se encontra na posição número 143. Os três últimos colocados são a Coreia do Norte, Venezuela e Cuba (posições 178, 177 e 176, respecivamente).

Portanto, políticas internas nos países estão muito relacionadas ao subdesenvolvimento dos países africanos, além da pouca produção de riqueza que diminui o surgimento de oportunidades sociais para a região. A educação, mesmo que em evolução, por si só não retira a população da pobreza, pois o país precisa alocar os alunos formados. Caso o país não desenvolva seu mercado para estes profissionais, há uma perda intelectual para outros países ou absorção em atividades abaixo da capacidade profissional.

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