A meu pai depois de morto.
Podre meu Pai! A morte o olhar lhe vidra.
Em seus lábios que os meus lábios osculam
Micro-organismos fúnebres pululam
Numa fermentação gorda de cidra.
Duras leis as que os homens e a hórrida hidra
A uma só lei biológica vinculam,
E a marcha das moléculas regulam,
Com a invariabilidade da clepsidra!...
Podre meu Pai! E a mão que enchi de beijos
Roída toda de bichos, como os queijos
Sobre a mesa de orgíacos festins!...
Amo meu Pai na atômica desordem
Entre as bocas necrófagas que o mordem
E a terra infecta que lhe cobre os rins!
Augusto dos Anjos ANJOS, A. Eu e Outras Poesias. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1998.
Sobre a análise da produção de Augusto dos Anjos e do soneto acima, indique qual alternativa está INCORRETA
A) O soneto apresenta uma visão científica da morte. Não há possibilidade de resistência a uma lei biológica.
B) No poema, o eu lírico submete a morte à visão materialista, que ressalta a decomposição do corpo em função das leis biológicas.
C) As palavras “microrganismo”, “fermentação”, “moléculas”, “atômicas” e “necrófagas” comprovam a linguagem científica no poema.
D) Augusto dos Anjos traz para a produção de sua obra, a utilização de versos livres e a constante busca pela renovação formal na poesia, o que o aproxima dos modernistas.
Soluções para a tarefa
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C alternativa, espero ter ajudado fui
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C)
Explicação:
Boa semana
vc e importante❤
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