"A metafísica do corpo se entremostra nas imagens. A alma do corpo modula em cada fragmento sua música de esferas e de essências além da simples carne e simples unhas. Em cada silêncio do corpo identifica-se a linha do sentido universal que à forma breve e transitiva imprime a solene marca dos deuses e do sonho. Entre folhas, surpreende-se na última ninfa o que na mulher ainda é ramo e orvalho e, mais que natureza, pensamento da unidade inicial do mundo: mulher planta brisa mar, o ser telúrico, espontâneo, como se um galho fosse da infinita árvore que condensa o mel, o sol, o sal, o sopro acre da vida. De êxtase e tremor banha-se a vista ante a luminosa nádega opalescente, a coxa, o sacro ventre, prometido ao ofício de existir, e tudo mais que o corpo resume de outra vida, mais florente, em que todos fomos terra, seiva e amor. Eis que se revela o ser, na transparência do invólucro perfeito". (ANDRADE, Carlos Drummond. Corpo. São Paulo: Companhia das Letras, 2015, p. 13). Inspirado na obra de Drummond, em sua poética dedicada ao corpo, um renomado diretor idealizou uma peça teatral com enfoque artístico acerca do tabu sobre a nudez feminina. O espetáculo foi exibido no Teatro Municipal. Apesar da classificação indicativa para maiores de 18 anos, a intervenção cultural deu ensejo a instauração de um inquérito no qual o Ministério Público apura conduta supostamente no delito de ato obsceno, previsto no art. 233 do Código Penal. Refletindo acerca do caso, assinale a alternativa correta:
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Em razão da classificação indicativa, o espetáculo não poderia ser enquadrado no referido delito, haja vista que está amparado no direito fundamental à livre intervenção artística e cultural.
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