A má notícia é que não sabemos ao certo quando, como e por que a palavra “laranja” ganhou no dicionário político-policial brasileiro o sentido que ganhou: o de pessoa que, ingenuamente ou não, tem seu nome usado em fraudes financeiras de cujos ganhos se beneficia pouco ou nada.
O que se pode afirmar com razoável segurança é que as especulações lembradas de vez em quando em textos na imprensa não passam de formidáveis chutes. Até hoje nenhuma se impôs por soar plausível, carregar uma migalha de evidência factual ou ter prestígio nos meios linguísticos.
Há a versão de que tudo teria começado como gíria policial para designar o criminoso que, apertado na delegacia, “espremido” como a fruta, delatava. Por que mágica o alcaguete teria virado o laranja atual, o testa de ferro, não se explica. [...]
Também fica sem confirmação nos arquivos dos jornais o boato de que um rumoroso calote aplicado no Banco do Brasil por produtores de laranja do interior de São Paulo, nos anos 1980, teria deflagrado o novo uso.
Nesse festival de achismo não faltam referências descabeladas à Lei Seca nos EUA, quando teria virado moda injetar bebidas alcoólicas em laranjas para enganar a polícia, ou mesmo ao Agente Laranja, o terrível desfolhante usado pelas tropas americanas na guerra do Vietnã. Neste caso, sem nenhum argumento além da coincidência de cor. [...]
No fim das contas, tudo indica que a origem do laranja da corrupção brasileira está condenada à mesma incerteza que cerca, por exemplo, a já tradicional “vaquinha”, que ninguém sabe dizer por que passou a significar “valor em dinheiro obtido a partir de contribuições diversas”.
Nenhuma surpresa: o mundo de gírias e expressões idiomáticas é assim mesmo, cheio de criatividade e zonas de sombra, e dele só conseguimos dar conta de uma pequena parte.
Para estruturar aquilo que deseja comunicar, o autor de um texto se vale das características fundamentais dos diferentes tipos textuais. Considerando o conteúdo abordado por Sérgio Rodrigues e a maneira como ele é estruturado, é possível afirmar que se trata de um texto em que, primordialmente, o autor
A
conta histórias colhidas sobretudo na imprensa.
B
descreve características da laranja como fruto.
C
defende uma opinião por meio de refutações.
D
informa sobre diversos sentidos do termo “laranja”.
E
pretende mudar a visão de mundo do enunciatário
Soluções para a tarefa
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Resposta:
Deve ser a letra D, mas não tenho certeza fiquei entre D e a letra E .
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