A má notícia é que não sabemos ao certo quando, como e por que a palavra “laranja” ganhou no dicionário político-policial brasileiro o sentido que ganhou: o de pessoa que, ingenuamente ou não, tem seu nome usado em fraudes financeiras de cujos ganhos se beneficia pouco ou nada.
O que se pode afirmar com razoável segurança é que as especulações lembradas de vez em quando em textos na imprensa não passam de formidáveis chutes. Até hoje nenhuma se impôs por soar plausível, carregar uma migalha de evidência factual ou ter prestígio nos meios linguísticos.
Há a versão de que tudo teria começado como gíria policial para designar o criminoso que, apertado na delegacia, “espremido” como a fruta, delatava. Por que mágica o alcaguete teria virado o laranja atual, o testa de ferro, não se explica. [...]
Também fica sem confirmação nos arquivos dos jornais o boato de que um rumoroso calote aplicado no Banco do Brasil por produtores de laranja do interior de São Paulo, nos anos 1980, teria deflagrado o novo uso.
Nesse festival de achismo não faltam referências descabeladas à Lei Seca nos EUA, quando teria virado moda injetar bebidas alcoólicas em laranjas para enganar a polícia, ou mesmo ao Agente Laranja, o terrível desfolhante usado pelas tropas americanas na guerra do Vietnã. Neste caso, sem nenhum argumento além da coincidência de cor. [...]
No fim das contas, tudo indica que a origem do laranja da corrupção brasileira está condenada à mesma incerteza que cerca, por exemplo, a já tradicional “vaquinha”, que ninguém sabe dizer por que passou a significar “valor em dinheiro obtido a partir de contribuições diversas”.
Nenhuma surpresa: o mundo de gírias e expressões idiomáticas é assim mesmo, cheio de criatividade e zonas de sombra, e dele só conseguimos dar conta de uma pequena parte.
Ao investigar as origens do sentido político-policial de “laranja” o autor produz um texto em que a função metalinguistica da linguagem se sobrepõe às demais porque:
A) as informações históricas fundamentam todo o texto
B) a persuasão do leitor é a finalidade maior da reflexão
C) a especulação inconclusiva frustra as expectativas do leitor
D) a brincadeira com a linguagem é a intenção principal do texto
E) a análise dos sentidos de uma palavra é o mote da reflexão
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Resposta:
Explicação:
Olá, tudo bem?
O exercício é sobre interpretação de texto.
A) as informações históricas fundamentam todo o texto
ERRADA. Há muita especulação e pouca fundamentação histórica.
B) a persuasão do leitor é a finalidade maior da reflexão
ERRADA. persuadir o leitor do que?
C) a especulação inconclusiva frustra as expectativas do leitor
ERRADA. Desde o começo se sabe que é uma especulação.
D) a brincadeira com a linguagem é a intenção principal do texto
CORRETO. O uso da laranja.
E) a análise dos sentidos de uma palavra é o mote da reflexão
ERRADA. Não há análise de sentidos de palavra.
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Sucesso nos estudos!!!
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