A longa história das notícias falsas Utilização política das mentiras começou muito antes das redes sociais, e a construção de outras realidades era uma constante na Grécia antiga A primeira vítima da guerra é a verdade, afirma um velho ditado jornalístico. Embora o mais correto fosse dizer que a verdade é vítima recorrente em qualquer sociedade organizada, porque a mentira política é uma arte tão velha quanto a civilização. A verdade é um conceito fugidio na metafísica e mutante nas ciências – uma nova descoberta pode anular o que se dava como certo –, mas, no dia a dia, o assunto é bem diferente: há coisas que aconteceram, e outras que não; mas os fatos, reais ou inventados, influenciam a nossa percepção e opinião. Desde a Antiguidade, verdade e mentira se misturaram muitíssimas vezes, e essas realidades falsas influenciaram nosso presente. Assim já escreveu o grande historiador francês Paul Veyne em seu ensaio Os Gregos Acreditavam em Seus Mitos? (Unesp): “Os homens não encontram a verdade, a constroem, como constroem sua história”. Chegados a este ponto, convém fazer uma distinção entre notícias falsas e propaganda: ambas crescem e se multiplicam no mesmo ecossistema, mas não são exatamente iguais. A propaganda procura convencer, ser eficaz, e para isso pode recorrer a todo tipo de instrumento, da arte e do cinema aos pasquins e redes sociais. As notícias falsas, um dos ramos da propaganda, são diferentes: procuram enganar, criar outra realidade. A preocupação com a perpetuação desses equívocos e com os mecanismos que os criam e multiplicam não é nova. Disponível em . Acesso em 14 jul. 2018 (com adaptações). Com base na leitura, analise as afirmativas. O artigo afirma que as propagandas são sempre falsas e procuram enganar o consumidor. A charge tem por objetivo mostrar que as pessoas sabem identificar a veracidade de uma notícia, ao contrário do que afirma o artigo. De acordo com o artigo, independentemente de um fato ter ou não ocorrido, a divulgação dele influencia a opinião pública. Segundo o artigo, por ser um conceito fugidio, a verdade é sempre transitória, e, assim, não se pode julgar uma notícia como mentirosa.
Está correto o que se afirma somente em:
a. I.
b. III.
c. III e IV.
d. I e III.
e. II, III e IV.
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I é falsa, pois o artigo afirma haver uma distinção importante entre as propagandas, que buscam apresentar sob uma ótica mais favorável, e as notícias falsas, que mentem abertamente.
II é falsa, o artigo não afirma isto.
III é verdadeira, uma vez que a realidade é "construída" socialmente, as mentiras podem ser até mais "influentes" que os fatos.
IV é falsa, o artigo apenas afirma que é difícil determinar o que seria a verdade, não que é impossível determinar que uma coisa é uma mentira.
É correta a alternativa B.
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