A literatura pode mudar a sociedade? De que forma?
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Na abertura oficial da Feira de Frankfurt deste ano, em que o Brasil foi o homenageado da vez, o escritor mineiro Luiz Ruffato fez um discurso retumbante. A polêmica teve direito a críticas de Ziraldo e Nélida Piñon, ameaças de agressão física de conterrâneos na Alemanha, dezenas de respostas entusiasmadas a favor e contra.
20131202bLuiz Ruffato falou sobre desigualdade social no Brasil, democracia racial, genocídio indígena, machismo, taxa de homicídios, impunidade. A primeira frase do discurso já dava o tom da denúncia social e da reflexão sobre o papel de quem escreve: “O que significa ser escritor num país situado na periferia do mundo, um lugar onde o termo capitalismo selvagem definitivamente não é uma metáfora? Para mim, escrever é compromisso”.
Em muitas entrevistas e muitos depoimentos, o autor de Inferno Provisório costuma citar um exemplo de como a literatura pode mudar o mundo: sua própria vida. Filho de lavadeira analfabeta e pai pipoqueiro, ele mesmo pipoqueiro, operário têxtil, torneiro mecânico, até se formar em jornalismo e depois se tornar escritor, Ruffato considera ter tido a vida transformada pelo contato com os livros.
O discurso em Frankfurt pode ser conferido na íntegra no Rascunho – o jornal de literatura do Brasil.
Ruffato estará na PUCRS na terça-feira, dia 03 de dezembro, no auditório do prédio 9, às 17h, para a palestra “Estética e política: a literatura como representação da sociedade”. A entrada é franca.