A linguista Maria Aparecida Cabañas pesquisou em dois volumes do livro Estrangeirismos, de Cândido de Figueiredo, e constatou as marcas de intolerância linguística no discurso do gramático. “Para Figueiredo, a língua era norma, tradição que deveria ser preservada, por isso a necessidade de combater os estrangeirismos”, afirma Cabañas no estudo. Ela acredita que, em alguns momentos, as pessoas usam expressões estrangeiras de forma abusiva, ainda que em nosso vocabulário, há opções que poderiam substituí-las. Diante do assunto abordado aqui e nas aulas de Língua Portuguesa, o que você responderia, caso alguém defendesse que o uso de estrangeirismos faz com que nosso idioma corra riscos? Justifique.
Soluções para a tarefa
Resposta:
Mais de um século depois da morte do gramático, as palavras afrancesadas que ele combatia foram incorporadas ao vocabulário da língua portuguesa – que não perdeu sua identidade por conta disso. Porém, o tipo de crítica que Figueiredo fazia continua vivo e se atualiza com as novas contribuições, agora de influência inglesa e norte-americana: palavras como download , deletar e software , entre tantas outras, despertam a ira dos defensores contemporâneos da língua. Hoje, essa intolerância é demonstrada não apenas em livros, mas também em jornais e até em um projeto de lei.
Uma dissertação de mestrado recém-defendida na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP) mostra como a crítica – às vezes exacerbada – à incorporação de palavras estrangeiras à língua portuguesa não freou esse fenômeno no passado. A lingüista Maria Aparecida Cabañas analisou dois volumes (publicados em 1900 e 1912) do livro Estrangeirismos , de Cândido de Figueiredo, e constatou as marcas de intolerância lingüística no discurso do gramático. “Para Figueiredo, a língua era norma, tradição que deveria ser preservada, por isso a necessidade de combater os estrangeirismos”, afirma Cabañas no estudo.
Explicação: