A Inutilidade de Guerras e Revoluções
As guerras e as revoluções - há sempre uma ou outra em curso - chegam, na leitura dos seus efeitos, a causar não horror, mas tédio. Não é a crueldade de todos aqueles mortos e feridos, o sacrifício de todos os que morrem batendo-se, ou são mortos sem que se batam, que pesa duramente na alma: é a estupidez que sacrifica vidas e haveres a qualquer coisa inevitavelmente inútil. Todos os ideais e todas as ambições são um desvairo de comadres homens. Não há império que valha que por ele se parta uma boneca de criança. Não há ideal que mereça o sacrifício de um comboio de lata. Que império é útil ou que ideal profícuo? Tudo é humanidade, e a humanidade é sempre a mesma – variável, mas inaperfeiçoável, oscilante, mas improgressiva. Perante o curso inimplorável das coisas, a vida que tivemos sem saber como e perderemos sem saber quando, o jogo de mil xadrezes que é a vida em comum e luta, o tédio de contemplar sem utilidade o que se não realiza nunca - que pode fazer o sábio senão pedir o repouso, o não ter que pensar em viver, pois basta ter que viver, um pouco de lugar ao sol e ao ar e ao menos o sonho de que há paz do lado de lá dos montes.
Para a construção do seu argumento, o enunciador do texto seleciona um prefixo que, no português, possui valor semântico de negação. No entanto, o uso do “in-“, ao longo de todo o texto, adquire sentidos bem variados.
A palavra que melhor explicita um exemplo de contra-argumentação à tese elaborada por Fernando Pessoa seria:
a) improgressiva
b) inevitavelmente
c) inaperfeiçoável
d) inimplorável
e) inutilidade
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Resposta:
letra c pode confiar no pai aqui
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