A INTERVENÇÃO DA GLOBALIZAÇÃO
A globalização é o fenômeno de eliminação de fronteiras entre países ao redor do mundo,
afetando diversos campos como o cultural, o social, o tecnológico, o econômico etc, que teve seu
processo acelerado através da aplicação e desenvolvimento constantes dos meios de comunicação, que
proporcionando o contato com produtos, culturas, ciências e técnicas de outros países, viabilizou a
disseminação de estilos de vida internacionalizados ou globais, formando uma sociedade urbana cada vez
mais complexa, multi e intercultural (CAVALCANTI, 2008).
A identidade de uma sociedade parte dos indivíduos que a constituem, a partir do agrupamento
de hábitos, preferências, técnicas etc que esses indivíduos têm em comum, que se permanece estável
tendendo a ser permanente: fala-se em "crise de identidade” o processo pelo qual o indivíduo passa a agir
diferente do seu habitual em situação semelhante, conforme as experiências ou próprio questionamento
sobre o que lhe era imutável (MERCER apud HALL, p 9, 2005). A instabilidade em um indivíduo, a
motivação por mudança de características e hábitos intrínsecos surge da necessidade de satisfação, de
sentir-se parte de um grupo, a partir da adoção de um padrão ou modelo de felicidade e sucesso
(BAUMAN, 2011).
O contato facilitado com novos estilos de vida e o uso massivo de veículos da mídia para
impulsionar o consumo por meio das tecnologias de comunicação, expõem alternativas e novos ideais aos
espectadores, que postos a refletir em um comparativo de seu padrão de vida e suas condições possíveis,
veem-se diante de produtos e serviços que prometem solucionar seus problemas e deficiências, mas que
são disponibilizados a grupos previamente selecionados, promovendo a segregação e frustração na
população que não integra ao público-alvo (BAUMAN, 2011).
Atualmente tem-se um fluxo intenso de trocas de experiências e culturas, facilitadas pelo
processo contínuo e evolutivo da globalização, e apesar de que o princípio desse processo fosse a
hegemonia de uma potência homogênea que venceria a competitividade econômica impondo uma cultura
de consumo (CAVALCANTI, 2008), propõe a reflexão sobre hábitos e técnicas antes incontestáveis:
embora ainda ocorram equívocos que levem um sujeito a tentar assumir a identidade ou o modelo de vida
de outro, que por condições físicas, naturais ou biológicas não lhe são adequados, ele ainda o fará na
tentativa de sentir-se referto. (BAUMAN, 2011).
Hoje encontra-se no Brasil um cenário em que a sociedade se dispõe às experiências trazidas
pelas multinacionais, enquadrando-se na liquidez da pós-modernidade: as pessoas assumem um
comportamento individualista sem comprometimento com o meio em que estão, vivem a partir da
instabilidade, o momento do agora, sem projetar objetivos e planos de médio ou longo prazo ou
considerar os outros ao redor (BAUMAN, 2011).
Diante de um contexto de acelerada evolução, de uma condição de relações efêmeras e da adoção
da obsolescência programada, há ainda os que buscam uma adequação de seus hábitos de forma contrária
ao que prega a corrida desenfreada pelos placebos da felicidade, compondo uma cultura de viés
sustentável, que procura agir e pensar como comunidade considerando as futuras gerações, incluindo os
individuos que não as compõem - características inerentes a este modelo de desenvolvimento. Este estilo,
ainda que contraditório ao modelo atual seguido pelas massas, surge da reflexão sobre a globalização
histórica e os efeitos da instabilidade na concepção da identidade individual, trazendo à luz o poder de
escolha sobre o que consumir, como agir e mesmo quem ser. Descreva qual a relação do texto " A Intervenção Da Globalização " com a intervenção norte americana ?
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