a) Inspirando - se nos versos a seguir e na sua experiência de vida, escreva uma poesia sobre o valor da vida.
O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo...
(Fernando Pessoa)
Soluções para a tarefa
Segue uma pequena poesia que mostra o valor da vida:
A nossa vida é tão pequena, mas tão pequena
que nos obriga a ter uma visão bem serena.
A cada dia, temos várias preocupações
por isso, é preciso focar e evitar certas distrações.
Não tem necessidade de ser melhor do que ninguém
afinal, todos vão para o mesmo buraco (do cemitério) também.
A vida tem o significado que você dá a ela
mas não é conto de fadas, como a história da Cinderela.
Nessa vida, o bom mesmo é ajudar e ser ajudado
hoje, você dá a mão; amanhã, você é abraçado.
Viver é saber enfrentar o mundo e aproveitar as oportunidades
isso mostra que as pessoas podem ser felizes, mas sem vaidades.
Lute pela realização dos seus sonhos!
Os versos de Fernando Pessoa demonstram um otimismo esperançoso em relação à vida e ao movimento que ela engendra naturalmente.
De modo análogo, Fernando Pessoa utiliza um de seus pseudônimos para mostrar que a vida, ao mesmo tempo, é injusta por natureza. É o que diz o seguinte poema de Alberto Caeiro:
Alberto Caeiro
Ontem o pregador de verdades dele
Falou outra vez comigo.
Falou do sofrimento das classes que trabalham
(Não do das pessoas que sofrem, que é afinal quem sofre).
Falou da injustiça de uns terem dinheiro,
E de outros terem fome, que não sei se é fome de comer,
Ou se é só fome da sobremesa alheia.
Falou de tudo quanto pudesse fazê-lo zangar-se.
Que feliz deve ser quem pode pensar na infelicidade dos outros!
Que estúpido se não sabe que a infelicidade dos outros é deles.
E não se cura de fora,
Porque sofrer não é ter falta de tinta
Ou o caixote não ter aros de ferro!
Haver injustiça é como haver morte.
Eu nunca daria um passo para alterar
Aquilo a que chamam a injustiça do mundo.
Mil passos que desse para isso
Eram só mil passos.
Aceito a injustiça como aceito uma pedra não ser redonda,
E um sobreiro não ter nascido pinheiro ou carvalho.
Cortei a laranja em duas, e as duas partes não podiam ficar iguais.
Para qual fui injusto — eu, que as vou comer a ambas?
Uma análise rápida do poema mostra uma submissão jubilosa em relação ao fato de existir sofrimento, dor e injustiça na vida: qualquer ato humano que se reduza a lutar contra tais eventos soa, para Alberto Caeiro, como pretensiosos.
O papel do poeta, neste sentido, é mostrar o valor da vida em suas faces mais ocultas e duras: ao mesmo tempo bem e mal, sofrimento e bonança, justiça e injustiça fazem parte da percepção do poeta, que se desdobra em diversas figuras para condensar a complexidade da vida humana e apresentá-la ao leitor, ávido para descobrir a própria realidade.
Para saber mais: https://brainly.com.br/tarefa/42897031
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