A infinita fiandeira
A aranha, aquela aranha, era tão única: não parava de fazer teias! Fazia-as de todos os tamanhos e formas. Havia, contudo, um senão: ela fazia-as mas não lhes dava utilidade. O bicho repaginava o mundo mas sempre inacabava as suas obras. Ao fio e ao cabo ela já amealhava uma porção de teias, que só ganhavam senso no rebrilho das manhãs. E dia e noite: dos seus palpos primavam obras, com belezas de cacimbo gotejando, rendas e rendilhados. Tudo sem fim nem finalidade. Todo o bom aracnídeo sabe que a teia cumpre as fatais funções: lençol de núpcias, armadilha de caçador. Todos sabem, menos a nossa aranhinha em suas distraiçoeiras funções. Para a mãe-aranha aquilo não passava de mau-senso. Para quê tanto labor se depois não se dava a indevida aplicação? Mas a jovem aranhiça aranha não fazia ouvidos. E alfaiatava, alfinetava, cegava os nós. Tecia a retecia o fio, entrelaçava e reentrelaçava mais e mais teia. Sem nunca fazer morada em nenhuma. Recusava a utilitária vocação da sua espécie.
COUTO, M. O fio das missangas. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.
As expressões sublinhadas são recursos coesivos conhecidos como
a) homonímias, porque a relação entre o referente é uma parte do todo em relação às demais expressões destacadas.
b) anáforas lexicais, porque o referente é retomado por meio de outros itens lexicais relativamente equivalentes.
c) reiterações, porque a expressão referente é retomada pela repetição do mesmo item lexical ao longo do texto.
d) elipses, porque a expressão que é tida como referente é suprimida no texto para não torná-la repetitiva.
e) hiperonímias, porque o referente mantém com o segundo uma relação todo-parte ou classe-elemento.
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Cadê as sublinhadas?
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oi eu tambem preciso dessa questao respondida porfavor ajude-nos
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