A Ilha do Tesouro
Em certo dia do ano de mil setecentos e tantos, um velho marinheiro, com uma cicatriz no rosto, bateu com o seu bordão ferrado à porta da estalagem “Almirante Benbow”. Disse rudemente ao estalajadeiro, meu pai, que lhe trouxesse um copo, pediu notícias da freguesia, mandou em seguida o empregado levar-lhe a bagagem e atirou sobre a mesa três ou quatro moedas de ouro.
Durante os dias seguintes, o Capitão – assim queria o estranho hóspede que lhe chamassem – outra coisa não fez senão vagar ao longo da baía e sobre os rochedos, munido de um óculo. Ríspido, zangado, esbravejando, o dia todo, não respondia ao que lhe perguntavam; mas, após algum tempo, me chamou à parte para dizer-me que observasse todos os fregueses e o avisasse da chegada de um marinheiro perneta.
Nas tardes chuvosas, contava horríveis histórias de naufrágios, enforcamentos e torturas.
Eu, minha mãe, meu pai e uns poucos fregueses o escutávamos apavorados. [...]
Em certa manhã de janeiro me vi diante de um homem sem dois dedos da mão esquerda e com um facão no cinto [...], começou a fazer-me perguntas a respeito de um certo Bill, um marinheiro seu amigo.
As minhas respostas vagas, todas monossilábicas, retrucou que seu amigo Bill devia ser o próprio Capitão e, pegando-me de repente por um braço, perguntou-me onde estava ele nesse momento e a que horas voltaria.
Ficamos a esperá-lo, ele e eu, na sala da estalagem durante cerca de meia hora.
Afinal o Capitão regressou e, quando ouviu aquela estranha personagem chamá-lo pelo nome, exclamou furiosamente:
– Cão Negro! Os dois homens trocaram algumas palavras em voz alta e mandaram-me embora.
Deixei-os sós, mas pouco depois ouvi um barulho de móveis caindo, um tinir de lâminas metálicas, um grito de dor, e vi o Cão Negro fugindo como um doido, seguido do Capitão. Junto da porta, este desferiu um terrível golpe de facão, que não alcançou o alvo, e o Cão Negro, embora ferido no ombro, ainda teve tempo de escapar. [...]
De acordo com esse trecho, o Capitão pediu que o narrador observasse todos os fregueses porque queria
A
conhecer melhor a estalagem “Almirante Benbow”.
B
contar histórias de naufrágios.
C
saber notícias da freguesia.
D
ser avisado da chegada de um marinheiro perneta.
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Resposta:
D) ser avisado da chegada de um marinheiro penetra.
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