Português, perguntado por mariagabriela1771, 5 meses atrás

A história se passa na véspera e no dia do Natal. Ao ouvir os meninos ricos falar sobre papai noel,
sapatos na janela, presentes etc, (coisas que ele não tinha acesso, pois não faziam parte do seu universo
familiar) o filho da cozinheira ficou bastante curioso e procurou a mãe para conversar sobre esses
assuntos, porém ela o ignorou.
Durante a noite, o menino resolveu pegar os sapatos da mãe – ele mesmo não tinha – e colocar na
porta do rancho com a intenção de receber os presentes do Papai Noel, de que falaram os meninos ricos.
(Até bem pouco tempo atrás, era tradição, no Brasil, os pais estimularem as crianças a colocar sapatos
na janela para receberem os presentes do Papai Noel, claro, porém, que eram os próprios pais quem
deixavam os presentes junto aos sapatos durante a noite, enquanto elas dormiam.)
No outro dia cedo, o menino acordou alegre e foi apanhar os presentes de natal. Então, ele percebeu
com tristeza que, não só os sapatos haviam sumido, como a mãe dele os procurava por toda a casa. Ele
resolveu contar o que havia feito para a mãe e como castigo recebeu uma surra, enquanto dois
estudantes vizinhos ouviam a gritaria e conversavam a esse respeito.
A partir desses fatos, o autor quis discutir não somente a violência doméstica praticada pela mãe
contra a criança – que praticou suas ações por falta de esclarecimento por parte da mãe e por inocência.
Além disso, o autor coloca em evidência a desigualdade social, o preconceito contra pobres e negros e
a perda do espírito natalino por parte da sociedade.
Os gritos da criança, naquela manhã de natal, incomodam um estudante que morava vizinho a
cozinheira. Além de xingamentos, o estudante faz comentários preconceituosos ao comparar crianças
ricas e pobres, com base em estereótipos (conceito, ideia ou modelo de imagem atribuída às pessoas ou
grupos sociais de maneira preconceituosa e sem fundamentação científica, em outras palavras, são
impressões, pré-conceitos, “rótulos”). Segundo o estudante, pobre é sujo, fedorento, tem fome, pede
dinheiro, não sabe se expressar, não é inteligente. Ao expressar essas ideias de maneira generalizada,
o estudante comete um ato preconceituoso porque, segundo ele, todas as pessoas pobres são iguais e
agem da mesma maneira. Observa-se em contraposição a descrição feita dos meninos ricos “gordos”,
“limpos”, “cheirosos”, “bonitos”, “inteligentes” o que também é um estereótipo, pois corresponde a uma
padronização (modelo único) sem nenhuma fundamentação científica.
Além disso, o nome da criança não é citado nenhuma vez no conto. As referências ao menino são
feitas por meio do substantivo negrinho – que no diminutivo pode ter significado pejorativo (negativo), o
que sugere o preconceito de cor dentro da sociedade. As falas da própria mãe da criança no conto,
contribuem para depreciar, desvalorizar o menino como ser humano. Ela se refere a ele como
“porqueira”, ou seja, uma pessoa inferiorizada, desvalorizada.
Nota-se, também no conto, a ausência do verdadeiro espírito natalino no comportamento dos
personagens. Observe essas passagens:
“Anoiteceu festivamente. A cidade iluminada estava cheia de música, de gente passeando, de vitrinas
enfeitadas, de sinos badalando.”
“A cozinheira atravessou ligeiro a rua porque temia encontrar bêbados e lá se foi arrastando o menino.”
Essas passagens evidenciam apenas ao caráter festivo e comercial do natal (vitrinas enfeitadas).
Havia bêbados nas ruas, provavelmente até mesmo o estudante que acordou incomodado com os gritos
da criança havia bebido muito durante a noite. A repetição “o da boca amarga” como referência a esse
personagem no texto e a passagem “deu um arroto azedo” comprovam isso. O aspecto religioso, a união
e a confraternização familiar em nome do nascimento de Cristo e de seu sacrifício em nenhum momento
são abordados no conto, o natal, então, torna-se apenas um dia festivo. A surra que a criança recebeu
na manhã de natal reforça a ideia de desunião, de falta de compaixão e ausência do espírito religios

01. Onde se passam os fatos narrados?
02. Quando se passam os fatos narrados?
03. Qual fato deu origem ao conto narrado?
04. Por que, provavelmente o conto recebeu o título de “Papai Noel Ladrão”?

05. Releia.
– Ocê pincho meu sapato no mato, porqueira.
I. Nessa fala, a mãe da criança se expressou por meio de uma linguagem:
A ( ) coloquial.
B ( ) técnica.
C ( ) regional.
D ( ) culta.
E ( ) literária.
06Nisto a gritaria do negrinho aumentou. Aquele choro na alegria feliz da manhã era de uma tristeza
dolorida e revoltante. A gente ouvia perfeitamente o batido do chinelo no corpo da criança – pá, pá. A
expressão em destaque representa uma figura de linguagem por meio da qual tentamos reproduzir os
sons naturais (ruídos, gritos, sons de animais, barulhos de maquinas, etc). Trata-se, portanto, de:
A ( ) uma hipérbole.
B ( ) uma antítese.
C ( ) uma onomatopeia.
D ( ) um eufemismo.
E ( ) uma metáfora.

Soluções para a tarefa

Respondido por joycerafaelarocha
1

Resposta:

letra D( ) uma eufemismo

Perguntas interessantes