A grandiosa lei universal das pequenas coisas
Este mundo é uma ferrenha contradição. Ou somos nós [...] que distorcemos a essência das coisas. [...]
Aqui uma das tantas provas. Passeando com meu cachorro, eu, como nunca temi, na avenida escura, dez da noite [...] vou de encontro com uma senhora. [...] Estatura baixa, pernas e braços curtos, [...] veio brincar com o cão. O bichinho, curioso, mas assustado que só ele [...], ficou ciscando as patas na calçada, sem saber se se aproximava ou afastava. Adorou o bicho: “ô, coisa linda, cê tá passeando, é? Ô, meu Deus, como você é lindinho”, repetia enquanto reagia igual a ele: ciscava sem saber se passava a mão ou se era melhor não. Enquanto o farol não fechava para poder atravessar, ela não calou um segundo o gracejo com o bichinho [...].
[...] Neste meio tempo de aproveitar para brincar com meu cachorro e esperar o sinal fechar, foi uma das pessoas mais simpáticas que vi na vida. De tão singelo que foi o momento, qualquer outra descrição em palavras o desmereceria. Sei que, ao sinal fechar, foi atravessando a rua, arrastando os chinelos. [...]
Esse momento foi impregnado pela fortuna da simplicidade. Logo que me pus a andar, depois de acompanhar ela com os olhos atravessando a rua, tive a audácia de achar que, se eu fui capaz de ver a felicidade naquele momento tão simples, é porque eu era o homem mais feliz do mundo. Mais tarde, passado o êxtase do momento, baixei minha bola. Eu não era o homem mais feliz do mundo, mas mantinha a certeza de que naquele momento, e em outros que rotineiramente me acontecem, sou capaz de sentir o que sente o homem mais feliz do mundo. [...]
Senhoras, cachorros, momentos pífios e insignificantes me provam: a maravilha do mundo acontece quase sem a gente perceber.
MORENO, Felipe. A grandiosa lei universal das pequenas coisas. 2017. In: Médium. 2017. Disponível em: . Acesso em: 13 ago. 2022. Adaptado para fins didáticos. Fragmento.
Entende-se desse texto que o narrador
A desconhecia a senhora que encontrou.
B marcou um encontro com uma senhora.
C se sentia infeliz quando saiu de casa.
D tinha medo de passear durante a noite.
Soluções para a tarefa
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Interpreta-se do texto que o narrador não conhecia a senhora que falou com seu cachorro na rua.
Interpretação de texto
Consiste no processo de interpretação de texto, quando no próprio não é retirada uma informação, mas sim, feita deduções a partir de sua leitura.
No texto em análise, é subentendido que a senhora era uma estranha para o narrador, pois eles se encontraram por acaso no sinal, e o narrador a descreveu fisicamente, sem mencionar seu nome em nenhum momento.
A senhora se dirigiu carinhosamente ao cachorro do narrador e esse ato simples e inesperado lhe trouxe alegria.
Entenda mais sobre interpretação de texto aqui:
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#SPJ2
Anexos:
00001132164941sp:
eu nao entendi nada
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