A frase "Podre meu pai", que abre o soneto "III", propõe um jogo de linguangem. Qual é esse jogo? O qie ele evidencia ?
Soluções para a tarefa
Para interpretar a frase "Podre meu pai" que inicia o terceiro soneto de Augusto dos Anjos, em um conjunto de três poemas chamados "A meu Pai morto", é preciso conhecer o poema completo.
O jogo de linguagem que a frase "Podre meu pai" traz no soneto III se refere à lamentação apresentada em verso do poema anterior "Pobre meu Pai!".
No entanto, a ideia de fraco e necessitado que "pobre meu pai" traz contrasta com o uso de podre, que inicia a abordagem do terceiro soneto sobre a temática da morte.
Aqui vai o terceiro soneto:
III
Podre meu Pai! A Morte o olhar lhe vidra.
Em seus lábios que os meus lábios osculam
Microrganismos fúnebres pululam
Numa fermentação gorda de cidra.
Duras leis as que os homens e a hórrida hidra
A uma só lei biológica vinculam,
E a marcha das moléculas regulam,
Com a invariabilidade da clepsidra!...
Podre meu Pai! E a mão que enchi de beijos
Roída toda de bichos, como os queijos
Sobre a mesa de orgíacos festins!...
Amo meu Pai na atômica desordem
Entre as bocas necrófagas que o mordem
E a terra infecta que lhe cobre os rins!
Espero ter ajudado!