A França era inimiga da Austria e da Prussia por volta de 1792, mas por quê?
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O processo revolucionário francês ganhou um importante impulso em 20 de setembro de 1792, quando os patriotas franceses conseguiram derrotar os prussianos na Batalha de Valmy. Ocorrida no contexto de reação ao processo revolucionário por parte das nações vizinhas da França, defensoras do Antigo Regime, a Batalha de Valmy representou o fim da monarquia absolutista francesa e o início do período republicano.
Os desdobramentos do processo revolucionário francês, que se iniciou em 14 de julho de 1789, deixaram atemorizada a nobreza francesa. Terras e castelos foram tomados por camponeses que foram explorados durante séculos, no processo conhecido como Grande Medo. Além disso, com a Constituição de 1791, a nobreza e o clero perderam boa parte dos privilégios que detinham.
Parte considerável dos nobres franceses passou a emigrar da França, principalmente para a Prússia e para a Áustria. Nesses países, iniciaram conversações com as autoridades que também temiam o desenvolvimento do processo revolucionário, principalmente no sentido de influenciar a população de seus países a lutar contra as monarquias absolutas. Surgiu daí a Declaração de Pillnitz, assinada entre Áustria e Prússia, em 1791, ameaçando intervir na França em nome da suposta legitimidade de poder detida pela dinastia dos Bourbons. Luís XVI tentaria ainda fugir com sua família da França, sendo, porém, pego na fronteira francesa, na cidade de Varennes.
A situação tornou-se mais tensa quando os exércitos prussianos e austríacos começaram a marchar sobre o território francês após abril de 1792, quando a Assembleia Legislativa da França declarou guerra aos dois países. As tropas das forças do Antigo Regime eram comandadas por Karl Wilhelm Ferdinand, o duque de Brunswick, e contavam ainda com a presença do rei prussiano, Frederico Guilherme II. O avanço das tropas monarquistas intensificou-se em agosto de 1792, com a conquista de Logwy, em 23 de agosto, e de Verdun, em 02 de setembro.
Com a ameaça de invasão da capital francesa, os líderes jacobinos Robespierre, Danton e Marat conclamaram a população a lutarem contra os invasores, através da proclamação da “pátria em perigo”. Armas foram distribuídas à população, formando assim um exército popular, conhecido como Comuna Insurrecional de Paris. As tropas francesas colocadas a postos em Valmy eram comandadas pelos generais Charles François Dumouriez e por Etienne Christophe Kellermann. A Batalha durou apenas um dia e não foi significativa no sentido do enfrentamento militar, mas sim em suas consequências para a Revolução Francesa.
Após a vitória sobre os prussianos, os revolucionários franceses proclamaram a República. Dois dias depois, prenderam o rei Luís XVI e condenaram-no por traição, com a pena de morte cumprida com a perda de sua cabeça na guilhotina.
O processo revolucionário deixou de ser apenas reativo para ser também um processo de expansão, levando os ideais revolucionários para outros locais da Europa. Consequentemente, a nobreza dos demais países passou a ficar mais preocupada, com a possível perda do poder político, econômico e cultural que detinha.
A Batalha de Valmy marcou uma mudança na prática de guerra, passando a ser uma “guerra total” em contraposição à guerra de posições. Eram os povos, ou parte da população, que passavam a guerrear, mediante o alistamento militar e uma ideologia nacional sendo utilizada como estímulo. Já não eram apenas os guerreiros, geralmente nobres, próximos aos reis que combatiam.
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