"A figura do índio no Brasil e o espaço que ele ocupa na sociedade brasileira têm sido concebidos também de modo mutante. Em um primeiro momento, pensa-se o índio como parte da formação da sociedade brasileira, tratando-o, como importante, no passado, para a constituição da singularidade nacional; o foco está, assim, no índio como nosso antepassado, nas heranças que deles recebemos, seja genética, seja cultural, seja na importância que ele teve para a adaptação do colonizador europeu ao novo meio.2 Esse foco tem suas raízes na teoria de Freyre, mas foi Darcy Ribeiro quem primeiro elegeu o índio como o principal personagem de sua teoria sobre o Brasil.
Sendo, não por acaso, Darcy Ribeiro também um indigenista ligado ao SPI (Serviço de Proteção ao Índio, o poder tutelar à época, posteriormente substituído pela atual Funai), seus trabalhos mostravam a preocupação com o destino das populações indígenas, com sua aculturação e integração à sociedade nacional. Baseada em uma teoria que considerava a cultura composta por traços que poderiam ser perdidos, essa corrente denunciava e buscava investigar a assimilação do índio e sua transformação em trabalhador rural, no "índio destribalizado", no dizer de Ribeiro, que seria reduzido à massa disforme de campesinato.
O conceito de fricção interétnica, cunhado e utilizado por Roberto Cardoso de Oliveira (1962 e 1964), começou a problematizar essas assunções, mas foi a geração seguinte que partiu da idéia de que as culturas indígenas não se perdem e que as sociedades indígenas atuam sempre na re-constituição de uma identidade diferenciada. De fato, essa percepção foi possibilitada, ou enfatizada, por mudanças históricas recentes, especialmente os novos direitos estabelecidos pela Constituição de 1988 ¾ entre eles, os direitos a terras e à diferença cultural (Marés, 1992) ¾, pelo grande crescimento populacional indígena comprovado pelas estatísticas, que inclui também a emergência de etnias tidas como desaparecidas, e, finalmente pelo fortalecimento do movimento indígena, que cria uma identidade comum, de "índios" (em contraposição aos "brancos" e negros) aos diversos grupos etnicamente diferenciados (Ricardo, 1995). A idéia da "sociodiversidade nativa" fala de uma nova valorização do índio como parte integrante da nação em sua especificidade, sendo que o reaparecimento de grupos tidos como extintos e assimilados leva à percepção de mecanismos de re-construção de identidade étnica por eles engendrados." (COHN, CLARICE. CULTURAS EM TRANSFORMAÇÃO: OS ÍNDIOS E A CIVILIZAÇÃO. São Paulo Perspec., São Paulo, v. 15, n. 2, Apr. 2001)
A sentença que melhor relaciona o excerto acima à história dos Panará, apresentada no começo de nossa atividade, é:
( )Os irmãos Vilas Boas entraram com contato com os Panará porque consideravam que, já que o grupo entraria em contato cedo ou tarde com os trabalhadores da BR e perderiam sua cultura de qualquer modo, deveriam dar-lhes acesso a outras culturas indígenas colocando-os no parque do Xingu.
( )Uma das principais preocupações dos indigenistas quando contataram, como Darcy Ribeiro era a proteção dos grupos indígenas do contato negativo com a nossa sociedade, considerando que tais grupos não teriam imunidade biológica para nossas doenças.
( ) A luta dos Panará pela retomada do território original após o processo de contato e de retirada para o Xingu é uma comprovação do processo de assimilação e de perda cultural pelo qual passaram os índios brasileiros desde a colonização.
( )A luta dos Parará pela retomada do território original após todo o processo de contato, de retirada para o Xingu e de vivência com outros grupos indígenas é um exemplo desse processo contemporâneo de re-construção e também de re-afirmação da identidade étnica
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A luta dos Parará pela retomada do território original após todo o processo de contato, de retirada para o Xingu e de vivência com outros grupos indígenas é um exemplo desse processo contemporâneo de re-construção e também de re-afirmação da identidade étnica.
A luta dos Parará pela retomada do território original após todo o processo de contato, de retirada para o Xingu e de vivência com outros grupos indígenas é um exemplo desse processo contemporâneo de re-construção e também de re-afirmação da identidade étnica.
dsouza925:
CORRETO, OBRIGADO!
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Resposta correta:
A luta dos Parará pela retomada do território original após todo o processo de contato, de retirada para o Xingu e de vivência com outros grupos indígenas é um exemplo desse processo contemporâneo de re-construção e também de re-afirmação da identidade étnica.
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