A ditadura militar argentina foi extremamente violenta. Milhares de pessoas foram torturadas e assassinadas. Nesse contexto, o general Galtieri, em 1982, propós a invasao das uhas Malvinas. Tendo em vista essas informações, reflita: De que forma esse conflito poderia mudar a opinião de parte da populacão sobre o regime militar? Depois, registre suas conclusões.
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Resposta:
A invasão argentina das Ilhas Malvinas, há 25 anos, foi uma tentativa da ditadura para reverter a agonia do regime e se manter no poder, mascarado por trás de um velho sentimento patriótico enraizado na população, segundo analistas.
Mas os militares sob o comando do ditador de então, o general Leopoldo Galtieri, cavaram sua própria cova com uma derrota bélica para a força-tarefa enviada pelo governo de Margaret Thatcher, que acelerou a queda do regime e abriu o caminho para democracia.
"O plano era atacar as ilhas entre 25 de maio e 9 de julho de 1982, mas o crescimento da agitação e mobilização social puseram um fim aos planos e a ditadura surpreendeu a população com um ato 'anti-imperialista'", explicou o historiador Felipe Pigna.
"Assassinos como Galtieri, que dirigiam os desaparecimentos, as torturas e as mortes de milhares de pessoas, não poderiam liderar sinceramente nenhum 'gesto emancipador'", acrescentou.
Pigna, um dos mais renomados analistas históricos da Argentina e autor de 'Mitos da Historia', afirmou que, "como não podia ser de outra maneira (a invasão) se tornou uma guerra improvisada, que custou a vida de muitos jovens argentinos".
Três dias antes do desembarque dos mergulhadores táticos da marinha de guerra nas Malvinas, o governo foi posto em xeque pela primeira vez por uma greve geral e uma marcha de protesto da central operária CGT.
Um trabalho dos historiadores José Luis Romero e Luis Alberto Romero afirma que a mobilização popular enfrentava "um governo militar dividido e desorientado". "A Guerra de Malvinas deteve o processo, para logo desencadeá-lo de uma maneira impossível de reverter", a ponto que Galtieri caiu 3 dias após a derrota militar.
"Imediatamente - acredito-, os protestos políticos e sociais foram calados com o recurso clássico do agitar ao vento as bandeiras e excitar as paixões nacionalistas".
A ditadura entrava em seu sexto ano e acumulava, além das violações aos direitos humanos e os 30.000 desaparecidos, o fracasso de seus planos econômicos. "A crise econômica ocupava o centro do cenário", declarou o analista Lisandro Rubiales.
O escritor Roberto Palmitesta, recordou que "havia alta inflação e muito descontentamento pela queda da economia e o alto desemprego resultante. Como muitos ditadores, (Galtieri), preciso apelar para o nacionalismo para elevar sua popularidade".
"Assim planejou - acrescentou - desde sua chegada ao poder a recuperação das ilhas, aproveitando que o Reino Unido estava desmantelando sua frota e usava principalmente o arsenal exigido por seus compromissos com a OTAN".
Palmitesta ressalta que "Galtieri contava que Londres não iria entrar em uma guerra cara e a 13.000 km das ilhas inglesas, que, nesse momento, sofriam uma recessão econômica".
Pigna supõe que Galtieri tenha acreditado que "sua ação irresponsável nas Malvinas iria ser tolerada por seus chefes no Pentágono como um favor por ter sido um dos chefes de instrutores em tortura e desaparecimento das forças contra-revolucionárias na América Central".
Os militares argentinos participavam ativamente nas guerras menores que o presidente Ronald Reagan impulsionava contra o governo sandinista da Nicarágua e os rebeldes de esquerda salvadorenhos.
O best seller 'Malvinas, a Trama Secreta', dos jornalistas Oscar Raúl Cardozo, Ricardo Kirchsbaum e Eduardo Van der Kooy, afirma que tanto Washington quanto Londres sabiam do ataque planejado pelos comandantes argentinos.
São vários os investigadores que crêem que o ataque teve como razão garantir poder militar nos mares do sul, e alguns vêem como uma manobra de provocação.
"A guerra foi uma ação deliberada (pela ditadura) para estabelecer definitivamente a soberania inglesa nas Malvinas e montar a colossal base inglesa e da OTAN, que hoje se encontra no arquipélago", de acordo com Pigna.
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