A DITADURA DA BELEZA NA INFÂNCIA
No mundo patriarcalista é necessário que a exploração do corpo feminino se inicie cedo, para que seja internalizada a “importância” da beleza e da postura feminina para os outros. Os concursos de beleza infantis são ótimos instrumentos para a manutenção destes ensinamentos. E o interesse dos pais facilita muito esse processo, já que motivados por projeções e expectativas concretizadas nas crianças, eles gastam pequenas fortunas para bancar aulas de etiqueta e dança, vestidos e maquiagens. O problema é que eles não pensam que estes concursos podem gerar traumas nas meninas, que terão mais tarde problemas de aceitação e distorção da própria imagem. O maior problema desses concursos é a sexualização das meninas que participam. São retiradas delas toda a inocência e são transformadas em objetos de sedução, competindo por sua aparência para ganhar a maior nota dos jurados adultos. Para isso, elas são obrigadas a desfilar em vestidos e trajes de banho como mulheres, e nunca aparentar como crianças. Muitos políticos e movimentos feministas têm denunciado estes concursos propondo leis que proíbam esses eventos. As maiores críticas são destinadas aos eventos dos Estados Unidos, onde os concursos infantis iniciaram na década de 1960 e, desde então, são febre; eles chegam a movimentar, por ano, cinco bilhões de dólares com a participação de mais de cem mil crianças. (Disponível em: . Acesso em: 08 fev. 2017. Adapt.).
Com base no texto apresentado infere-se que:
a) Um dos principais motivos que levam os pais a investirem na exploração das filhas como objetos nos concursos de beleza infantis são as grandes somas de dinheiro envolvidas nas premiações.
b) As mães, em busca da realização de seus ideais, espelham nas filhas suas expectativas frustradas de juventude e beleza.
c) Os concursos de beleza infantis perpetuam os ideais da sociedade machista transformando, desde muito cedo, as meninas em objetos de desejo e dependentes da aparência.
d) Apesar de alguns movimentos que denunciem os concursos de beleza infantis não há um engajamento da sociedade no combate real a esses eventos.
e) Especialistas afirmam que não é possível traçar uma relação entre esses concursos e alguns distúrbios apresentados em concorrentes com relação a preocupação excessiva com a aparência.
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Letra c.
Os concursos de beleza infantis podem ser apresentados como totalmente inadequados, seja por evidenciarem uma sexualidade que não deve ser de forma alguma atribuída à imagem de crianças, seja por projetarem expectativas de adultos em menores de idade.
Esse processo gera uma pressão, desde muito cedo à necessidade de etiqueta bem como de beleza feminina, fruto de anos de predominância machista ee patriarcalista na sociedade.
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