Filosofia, perguntado por limacarloseduardo794, 10 meses atrás

A dialética é um amplo e o antigo modo de operação do pensamento racional dentro da filosofia. Explique o pensamento dialético dos filósofos a baixo: Dialetica socrática, platônica, dialética de Aristóteles e dialética materialista.

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Respondido por angeltrix26
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Resposta: Sócrates não falou diretamente da dialética, mas o seu modo de filosofar era bastante dialético. Não existem escritos deixados por esse pensador grego que marcou a filosofia clássica. No entanto, os diálogos socráticos deixados por Platão são uma referência para entender-se a dialética antiga, tanto no que tange ao pensamento de Sócrates quanto no que tange ao pensamento do escritor dos diálogos, o filósofo Platão. Sócrates desenvolveu um método filosófico dialógico (feito por meio de diálogos) conhecido como maiêutica. A maiêutica socrática consiste numa sucessão de perguntas aos interlocutores visando fazer com que eles demonstrem uma resposta. O método filosófico socrático pode ser considerado dialético por apresentar as contradições lançadas por seus interlocutores e, com base nisso, conseguir formular um conhecimento novo, uma formação de um conceito sobre determinado assunto. Ao demonstrar que seus interlocutores lançavam respostas contraditórias, o filósofo conseguia expor uma nova forma de conhecimento racionalmente válida, que formava um novo conceito.

Platão, discípulo de Sócrates, além de escrever os diálogos socráticos, imprimiu nesses textos a sua própria filosofia. Platão pode ser considerado o filósofo que, de fato e pela primeira vez, conseguiu estabelecer de forma correta e concreta o conceito de dialética.

A dialética platônica faz parte do seu projeto epistemológico, que afirma que existem duas formas de conhecimento: uma superior e uma inferior. O conhecimento sensível (da experiência prática, advindo dos sentidos do corpo) seria o tipo inferior, enquanto o conhecimento inteligível (advindo do intelecto, do raciocínio e da razão) seria o superior. Para Platão, o ser humano era composto por uma dualidade chamada de psicofísica: corpo (material) e alma (imortal). A alma estaria relacionada ao conhecimento inteligível, era superior e perfeita. O corpo, material, era imperfeito.

Nessa relação, o ser humano deveria sempre buscar o conhecimento intelectual para chegar à verdade. Como esse conhecimento estaria ligado à alma e esta seria imortal, logo, ele ficaria impresso na alma para sempre. Segundo Platão, o que acontecia é que, no momento em que a alma encarnava, ela se esquecia temporariamente dos conhecimentos obtidos anteriormente.  A dialética, nesse sentido, compreenderia um processo complexo para chegar-se ao conhecimento da verdade, pois ela apresentaria as possíveis contradições em relação à verdade e mostraria o caminho para chegar-se ao conhecimento verdadeiro. O cerne dessas contradições estaria, justamente, na contraposição do conhecimento inteligível (das ideias) com o conhecimento sensível (do corpo) por meio do processo educativo da paideia.

Aristóteles foi discípulo de Platão. Apesar da divergência com seu mestre, o filósofo continuou na esteira da dialética, dando a ela novo significado e nova interpretação. Para Aristóteles, a dialética consiste num procedimento lógico de verificação da validade dos argumentos, construídos em cima da linguagem. Na filosofia aristotélica, existem dois processos centrais que delimitam o conhecimento: a lógica e a dialética. A lógica busca fundamentação na demonstração cabal do que foi enunciado e nos chamados axiomas. Já a dialética assenta-se na opinião, mas em um tipo específico de opinião: a endoxa (boa opinião).

A dialética materialista foi proposta pelo filósofo contemporâneo Karl Marx. Marx foi profundamente influenciado pelo filósofo (também alemão) Georg Wilhelm Friedrich Hegel, um pensador considerado partícipe do movimento intelectual chamado idealismo alemão.  Como idealista, Hegel estava profundamente ligado à teoria platônica das ideias. Por isso, ele ressuscitou a dialética platônica e aprimorou-a, formulando-a da seguinte maneira: a dialética consiste na contraposição entre uma tese e uma antítese (tese contrária), que formam uma síntese (conhecimento novo).

No início de seus estudos, Marx ligou-se ao idealismo alemão e à filosofia de Hegel, mas, com o passar dos tempos, o pensador afastou-se dessas teorias. Para Karl Marx, um dos fundadores do socialismo científico, não fazia sentido uma filosofia que não propusesse e nem interferisse na prática, na realidade material da sociedade. Ele havia entendido que a história da humanidade dá-se por sua produção material, e que essa produção material é que compõe o mundo objetivo das relações. Por isso, o filósofo alemão rompeu com a tradição idealista e fundou o materialismo histórico dialético, uma teoria que enxergava o mundo com base em suas contradições e seus desvios.

Explicação: Espero ter ajudado mb

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