A desigualdade social é resultante apenas do aspecto econômico (Marx)? Moral (Durkheim)? Status- prestígio (Weber)?
Soluções para a tarefa
Resposta:
Neste artigo o autor, começando por questionar concepções correntes em torno do fim do trabalho e do nivelamento social, do aumento das classes médias e da diminuição das desigualdades sociais numa alegada ‘sociedade da abundância, define desigualdade como apropriação ou usurpação de bens, recursos e recompensas, implicando concorrência e luta. Seguidamente, faz uma revisitação do ambíguo e polissémico conceito de exclusão social em diversas perspectivas: estruturo-funcional, mormente durkheimiana e parsoniana, accionalista e/ou (neo)weberiana, simmeliana, interaccionista simbólica e (neo)marxista. Por fim, na esteira de Bader e Benschop (1988), faz um balanço crítico das teorias clássicas dos sociólogos fundadores, desconstrói ambiguidades e equívocos em torno do conceito de exclusão, dando prioridade analítica ao conceito de desigualdade social, e procura esboçar uma síntese proteórica através duma fecunda aproximação entre a perspectiva marxista e weberiana, sem descurar o importante contributo da corrente interaccionista. Apontando para a superação do velho dilema estrutura e acção social mas evitando, simultaneamente, um raciocínio de cariz circular, propõe uma hierarquização de níveis de análise desde o sócio-estrutural ou societal, passando pelo organizacional, até ao interactivo. Em suma, as desigualdades e exclusões sociais são produzidas e reproduzidas pela acção social dos diversos tipos de actores sociais e esta, por sua vez, é estruturada pelas condições organizacionais e societais (pré)existentes das desigualdades.