Direito, perguntado por samay23menezes, 9 meses atrás

a) De que forma o Estado brasileiro pode contribuir para o desenvolvimento econômico e social do Brasil?

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Respondido por BELEZAAI123
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Resposta:

Explicação:Logo após a crise do café o Brasil começa seu processo de industrialização, porém, com uma característica curiosa, isto é, voltado para ele mesmo, motivado por fatores exógenos.

Durante os dois governos de Getúlio Vargas teve-se a concepção do estado novo, através da construção do estado nacional desenvolvimentista e as políticas trabalhistas, apesar de centralizar o poder no estado, deve-se registrar também o apoio das classes dominantes privadas. Foi Vargas que criou o Plano de Reaparelhamento Econômico (Lafer), criando vários grupos executivos e como últimos agentes públicos de desenvolvimento ele cria o BNDE e a PETROBRAS. Salientando que em nenhum dos governos Vargas houve entrada de novos capitais estrangeiros, embora tenha ocorrido a repactuação da dívida externa na década de 30 e a renegociação dos atrasados comerciais.

Com JK e seu Plano de Metas viu-se a economia se abrir para o capital externo, por meio de empréstimos e na forma de investimento direto. E foi neste período que aconteceu a formação do tripé Estado (governo), empresas estrangeiras (capital internacional) e empresas nacionais (capital nacional) podendo ser chamado também como tripé da infra-estrutura, logo o Estado foi o responsável direto pelos planos de infrastrutura, de energia e logística. Porém, os grandes investimentos em construção pesada dão lugar ao surgimento de grandes construtoras nacionais e o BNDE torna-se o grande banco público responsável pelos financiamentos de investimentos públicos e privados nacionais, apesar de não se ter registrado a entrada de capital estrangeiro no setor bancário ou financeiro, apenas no investimento direto de filiais estrangeiras. Assim, JK começa a emitir moeda para se financiar, jogando títulos públicos no mercado, como se tivesse emprestando a si mesmo.

Atravessada as tendências liberais vimos com os militares a consolidação da matriz industrial no Brasil, mesmo que pensassem apenas em crescimento (em via de endividamento) e esquecessem o desenvolvimento.

No regime militar os agentes de desenvolvimento econômico continuam a distribuir-se na base do tripé, mas com algumas modificações, entre elas, reforço dos segmentos nacionais, reforço dos segmentos estrangeiros já existentes e no setor estatal há o reforço do papel do BNDES com a criação do PIS/PASEP.

Dos anos 80 em diante o Brasil rompe com o modelo de estado desenvolvimentista e adota o modelo neoliberal, embora tardiamente, em função da própria crise desse modelo acarretado pela prevalência das políticas de estabilização e os horizontes de curto prazo com a recorrência das crises. Assim, nem tudo foram flores e as grandes indústrias nacionais foram as que mais resistiram à privatização e às receitas neoliberais. Por consequência os grandes grupos produtores de insumos não foram favoráveis, nem a abertura do mercado interno (às importações ou a desnacionalização de seus ativos).

E foi a privatização do setor elétrico, seguida por uma maxidesvalorização do real na segunda metade da década de 90 que levou ao apagão e à desorganização esticada do setor elétrico, cujos vestígios chegaram aos dias atuais. Cabendo ressaltar que os grandes consumidores industriais tampouco apoiaram, pois é, tinham razão.

Todos os planos que pleitearam estabilidade econômica na década de 80 fracassaram por diversos motivos, embora não tiveram resultados tão assustadores no que diz respeito ao nível de emprego.

Na década de 80 a concretização de alguns investimentos planejados e no aumento das exportações, ocasionado pela forte valorização do dólar até 85, permitiu a economia respirar e se entusiasmar com o mini-boom do Plano Cruzado, só que a partir de 87 a crise financeira interna e externa do setor público explodiu e derrubou os investimentos públicos novamente.

Em 1991/92 a abertura financeira e a renegociação da dívida externa abriram as portas para a retomada do endividamento público e privado, interno e externo. Começando uma corrida desenfreada a partir do Plano Real de FHC, onde tinha-se déficits crescentes da balança de pagamentos e da balança comercial, ocorrendo a explosão financeira no final de 1998 por meio de uma nova crise cambial e de balanço de pagamentos.

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