A cultura é o principal constituinte do Senso Comum. Escreva exemplos tirados do meio cultural em que as pessoas acreditam ser verdadeiros e que são diferentes dos exemplos citados no texto acima? Exemplos de senso comum Podemos elencar vários exemplos de senso comum. Alguns deles estabelecem nexos causais (não necessariamente verdadeiros), outros dizem respeito a valores sociais. O fato é que o conhecimento de senso comum adquire validade mediante repetição. Tomemos como exemplo uma pessoa que sente algum tipo de dor óssea crônica. Essa pessoa observou que sempre que a dor ficava mais aguda, chovia ou o tempo era tomado por uma frente fria. Não há um nexo causal necessário e nem elementos científicos que liguem a dor à chegada da chuva ou da frente fria, mas essa pessoa passa a dizer, por força da repetição de experiências, que “quando a dor chega, é sinal de que vem chuva ou frio”. Outro exemplo pode ser encontrado nas plantas medicinais. Por milênios, o ser humano busca se tratar de mazelas por meio de plantas e outros elementos da natureza. Ao descobrir que o peumus boldus (conhecido como boldo) é uma planta com propriedades que estimulam a digestão e desintoxicam o sistema digestório (descobriram isso pela observação e pela repetição), passaram a utilizá-la como planta medicinal. Na sabedoria popular, apenas o senso comum atesta essa relação, porém, estudos farmacêuticos já comprovaram a eficácia do boldo para tratamento de indigestões e intoxicações, o que resultou no desenvolvimento de fármacos à base da planta. As ideias comuns de que mulheres são frágeis, que asiáticos são mais inteligentes, que muçulmanos são terroristas ou que índios são indolentes também são exemplos de conhecimento de senso comum, mas não têm qualquer indício de validade e são afirmações preconceituosas.
Soluções para a tarefa
Resposta:
O senso comum é um tipo de pensamento que não foi testado, verificado ou metodicamente analisado. Geralmente, o conhecimento de senso comum está presente em nosso cotidiano e é passado de geração a geração. Podemos afirmar que esse tipo de conhecimento é, categoricamente, popular e culturalmente aceito, o que não garante a sua validade ou invalidade.
O senso comum, por ser obtido a partir de um movimento de repetição cultural, pode estar correto ou não. Não é possível confiar nesse tipo de conhecimento como se confia na ciência, mas também não podemos invalidá-lo de imediato, pois o fato de não se estabelecer métodos e testes comprobatórios, não significa, necessariamente, que o tipo de conhecimento popular está errado.
O senso comum é movido, geralmente, pela opinião. Podemos elencar estudos filosóficos sobre o senso comum desde a Grécia Antiga. A Filosofia surgiu como uma maneira de contrapor aquele tipo de conhecimento popular não rigoroso.
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Características do senso comum
O filósofo italiano Antonio Gramsci (intelectual contemporâneo que contribuiu para a disseminação do anarquismo na Itália e, no campo filosófico, dedicou-se a entender o conhecimento e a cultura) estudou e escreveu sobre o senso comum. Para o pensador, o senso comum tem a sua característica estritamente positiva, sendo um conhecimento popular que todos têm e produzem. Porém, para se chegar a um conhecimento mais elaborado, mais estruturado e mais seguro, é necessário ir além do senso comum.
Silvio Gallo, filósofo, educador e professor de Filosofia da Faculdade de Educação da UNICAMP, afirma que, nesse sentido, o senso comum é um bom ponto de partida, mas que, muitas vezes, os conhecimentos sistematizados e testados, como a Filosofia e a ciência, são necessários para se obter um conhecimento de maior confiança e validade.