Português, perguntado por rochamariaclara13, 6 meses atrás

A CRÔNICA
O significado etimológico da palavra crônica nos remete para um gênero textual específico, o relato histórico.
Em suas origens, realmente, a crônica tinha a função de relatar, historiar, com fidelidade e em ordem cronológica, acontecimentos contemporâneos ou de épocas bem próximas do autor. Portanto, ela pretendia ser um documento histórico, um registro para a posteridade. Em Portugal, por exemplo, existia, no final da Idade Média, um cargo oficial de Cronista-mor do Reino, cujo titular era responsável por escrever a crônica, ou seja, a história dos reinados.
Mas a crônica sofreu uma evolução ao longo da História. A crônica moderna, produzida para ser publicada em jornal ou revista, surgiu apenas a partir do início do século XIX. Atualmente, ela é feita também para divulgação em outros meios, como a internet, o rádio e a televisão. Das características do gênero antigo, preservou somente a ligação com o tempo presente, com a atualidade, o que justifica a manutenção do seu nome: num sentido mais amplo, chronica, plural de chronicum, em latim, significa “relativos ao tempo”, ou seja, relato de acontecimentos do presente, ou em ordem temporal.
O fato de ser publicada em jornal explica as principais características da crônica. Os estudiosos e os próprios cronistas costumam salientar, por exemplo, a efemeridade:
[A crônica] não tem pretensões a durar, uma vez que é filha do jornal e da era da máquina, onde tudo acaba tão depressa. Ela não foi feita originariamente para o livro, mas para essa publicação efêmera que se compra num dia e no dia seguinte é usada para embrulhar um par de sapatos ou forrar o chão da cozinha.
Mas, embora seja “filha do jornal”, a crônica é diferente dos outros textos jornalísticos. Mesmo tratando de fatos sociais, políticos, econômicos, de acontecimentos do dia a dia e de experiências pessoais do autor, não tem a função de informar ou de analisar. O leitor espera encontrar nela uma pausa, uma reflexão amena, um devaneio poético, e, principalmente, muita ironia e humor.
Essa leveza, em meio à gravidade das notícias, artigos e editoriais, é a causa de sua brevidade e de sua linguagem estar bem próxima da oralidade: frases curtas, aparentemente muito espontâneas, vocabulário simples do linguajar comum, jogos de palavras e até uso de gíria e de jargões. Com frequência o autor realiza uma transformação do fato real (assunto jornalístico) em fato ficcional (próprio da literatura), chegando mesmo ao estranho e ao fantástico.
Assim, opera-se na crônica uma grande mistura de gêneros e de tipos textuais. Cada texto particular pode situar-se, por suas características dominantes, em algum ponto entre dois extremos, ou seja, entre o texto informativo jornalístico e o texto ficcional ou poético. Há, portanto, inúmeras possibilidades de classificação, como crônica descritiva, crônica narrativa, crônica dissertativa (pelo tipo textual predominante); crônica humorística, crônica reflexiva (pela mistura de gêneros); crônica mundana ou social (pelo assunto); crônica política, crônica teatral, etc. A crônica narrativa muitas vezes mal se distingue do conto, sendo classificada como crônica apenas pelo fato de ser escrita para uma coluna de jornal

Organizem as palavras e as expressões marcadas no texto em um esquema em chaves (essa atividade deve ser feita nos cadernos ou em folhas pautadas). Exemplo de estrutura do esquema em chaves:

Anexos:

rochamariaclara13: me ajudemm pfvv

Soluções para a tarefa

Respondido por gabriela11589
0

Resposta:

isso é muito difícil

Explicação:

eu não sei mas outras pessoas sabem

Respondido por user1desconhecido1
0

Resposta:

Explicação:

A CRÔNICA

O significado etimológico da palavra crônica nos remete para um gênero textual específico, o relato histórico.

Em suas origens, realmente, a crônica tinha a função de relatar, historiar, com fidelidade e em ordem cronológica, acontecimentos contemporâneos ou de épocas bem próximas do autor. Portanto, ela pretendia ser um documento histórico, um registro para a posteridade. Em Portugal, por exemplo, existia, no final da Idade Média, um cargo oficial de Cronista-mor do Reino, cujo titular era responsável por escrever a crônica, ou seja, a história dos reinados.

Mas a crônica sofreu uma evolução ao longo da História. A crônica moderna, produzida para ser publicada em jornal ou revista, surgiu apenas a partir do início do século XIX. Atualmente, ela é feita também para divulgação em outros meios, como a internet, o rádio e a televisão. Das características do gênero antigo, preservou somente a ligação com o tempo presente, com a atualidade, o que justifica a manutenção do seu nome: num sentido mais amplo, chronica, plural de chronicum, em latim, significa “rela- tivos ao tempo”, ou seja, relato de acontecimentos do presente, ou em ordem temporal.

O fato de ser publicada em jornal explica as principais características da crônica. Os estudiosos e os próprios cronistas costumam salientar, por exemplo, a efemeridade:

[A crônica] não tem pretensões a durar, uma vez que é filha do jornal e da era da máquina, onde tudo acaba tão depressa. Ela não foi feita originariamente para o livro, mas para essa publicação efêmera que se compra num dia e no dia seguinte é usada para embrulhar um par de sapatos ou forrar o chão da cozinha.

CANDIDO, Antonio. A vida ao rés do chão. In: CANDIDO, Antonio et al. A crTMnica: o gênero, sua fixação e suas transformações no Brasil. Campinas, SP: Editora da Unicamp; Rio de Janeiro: Fundação da Casa de Rui Barbosa, 1992. p.14.

Mas, embora seja “filha do jornal”, a crônica é diferente dos outros textos jornalísticos. Mesmo tratando de fatos sociais, políticos, econômicos, de acontecimentos do dia a dia e de experiências pessoais do autor, não tem a função de informar ou de analisar. O leitor espera encontrar nela uma pausa, uma reflexão amena, um devaneio poético, e, principalmente, muita ironia e humor.

Essa leveza, em meio à gravidade das notícias, artigos e editoriais, é a causa de sua brevidade e de sua linguagem estar bem próxima da oralidade: frases curtas, aparentemente muito espontâneas, vocabulário simples do linguajar comum, jogos de palavras e até uso de gíria e de jargões. Com frequência o autor realiza uma transformação do fato real (assunto jornalístico) em fato ficcional (próprio da literatura), chegando mesmo ao estranho e ao fantástico.

Assim, opera-se na crônica uma grande mistura de gêneros e de tipos textuais. Cada texto particular pode situar-se, por suas características dominantes, em algum ponto entre dois extremos, ou seja, entre o texto informativo jornalístico e o texto ficcional ou poético. Há, portanto, inúmeras possibilidades de classificação, como crônica descritiva, crônica narrativa, crônica dissertativa (pelo tipo textual predominante); crônica humorística, crôni- ca reflexiva (pela mistura de gêneros); crônica mundana ou social (pelo assunto); crô- nica política, crônica teatral, etc. A crônica narrativa muitas vezes mal se distingue do conto, sendo classificada como crônica apenas pelo fato de ser escrita para uma coluna de jornal.

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