“A crítica de Sócrates aos sofistas consiste em mostrar que o ensinamento sofístico limita-se a uma mera técnica ou habilidade argumentativa que visa a convencer o oponente daquilo que diz, mas não leva ao verdadeiro conhecimento. A consequência disso era que, devido à influência dos sofistas, as decisões políticas na Assembleia estavam sendo tomadas não com base em um saber, ou na posição dos mais sábios, mas na dos mais hábeis em retórica, que poderiam não ser os mais sábios ou virtuosos. Os sofistas não ensinavam portanto, o caminho para o conhecimento, para a verdade única que resultaria desse conhecimento, mas para a obtenção de uma “verdade consensual”, resultado da persuasão. É a oposição que marca, segundo Sócrates, a diferença entre filosofia e a sofística, e que permite com que Platão e Aristóteles considerem os sofistas como não-filósofos.” (MARCONDES, 2010, p.48).
Soluções para a tarefa
No trecho acima podemos perceber a importância do discurso em uma sociedade democrática. Nesse contexto, como se pode entender a retórica e a oratória como artes do discurso? Qual é a importância do exercício argumentativo em sala de aula?
Oratória e Retórica possuem estreita relação num discurso, pois ambas se referem a arte do bem falar e no ato de falar existe poder e este seduz e nos faz seduzidos por ser fruto de um movimento complexo que envolve valores, desejos e paixões.
Por meio da fala, das palavras utilizadas, o orador revela aspectos emocionais e racionais e constrói junto aos ouvintes, os valores e as verdades que serão ou não aceitos em um determinado contexto sócio histórico-cultural de uma determinada sociedade.
O poder da oratória e da retórica, portanto, está inteiramente ligada ao persuadir e ao convencer. Ao ouvir um bom orador, as suas palavras são como dardos penetrantes, que modificam o modo de pensar, de sentir e de agir. É a força da palavra que pode criar, destruir ou sedimentar valores, crenças e hábitos.
A importância do exercício argumentativo em sala de aula está em permitir aos alunos a compreensão de conceitos, na medida em que exige um pensamento mais organizado e persuasivo, diante dos discursos de verdades e de saberes-poderes, amplamente utilizados na escola.
A organização do pensamento por meio da sistematização dos conceitos e o estabelecimento de relações entre eles promove, ainda, o desenvolvimento de competências e habilidades investigativas, bem como um posicionamento crítico diante de diversos temas.
Bons estudos!