a crise nos dominios espanhóis da América
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Resposta:
A crise colonialismo espanhol
Segundo o professor Celso Furtado, pode-se dividir os três séculos de exploração espanhola sobre a América em dois períodos. Nos primeiros 150 anos a metrópole impôs sua dominação às colônias: escravizou ou dizimou os indígenas, promoveu grande exploração das riquezas minerais e desenvolveu centros de colonização que serviram de elementos condensadores da empresa colonizadora -- Havana, México e Peru, inicialmente.
Nesta fase a classe dominante era formada por homens ligados aos interesses espanhóis, os chapetones, o que explica o crescimento de alguns centros urbanos, da vida cultural e inclusive de universidades.
Nos 150 anos posteriores, após a metade do século XVII, a situação inverteu-se: declínio da produção mineradora, menor pressão sobre a população colonial, desenvolvimento de interesses regionais, específicos, fortalecendo as elites locais, principalmente agrárias, mas também grupos mercantis.
As Transformações
A partir do século XVIII a Espanha conheceu um processo de mudanças, refletindo a decadência da até então "grande potência", que pode ser percebido a partir desses elementos:
A decadência da mineração nas colônias;
O predomínio comercial inglês;
A Guerra de Sucessão Espanhola.
O esgotamento das principais jazidas no México e Peru ocorria desde o século XVII, privando a Espanha de sua principal fonte de riquezas, e grande parte dos metais preciosos extraídos não se acumulavam na metrópole devido às várias guerras nas quais a Espanha se envolvera.
A vitória inglesa na Guerra de Sucessão Espanhola e a imposição do Tratado de Utrechet (1713) determinou a ascensão de Felipe V, Bourbon, que abdicou dos direitos que possuía na França.
Esta situação favoreceu a Inglaterra também do ponto de vista comercial já que passou a ter o direito de asiento -- direito de fornecimento anual de escravos africanos as colônias; e o permisso -- venda direta de produtos manufaturados para as colônias espanholas. Começava a ruptura do pacto colonial.
No decorrer do século novas transformações ocorreram: o sistema de frotas anuais foi abolido permitido às colônias realizarem o comércio entre seus portos e foi extinto o sistema de Porto Único na metrópole. Essa política metropolitana refletia uma tentativa de adaptar o sistema colonial a nova realidade, na qual a Espanha deixara de ser potência hegemônica e passava a sofrer a influência de outras nações; no entanto pretendia manter o controle Filipe V retrato de Michel-Ange Houasse sobre as colônias e aumentar o lucro da burguesia e do próprio Estado.
Em contraposição, o aumento da influência inglesa criou condições para o desenvolvimento de novas relações comerciais, contrariando o pacto colonial e consequentemente possibilitou a formação de uma mentalidade liberal -- influenciada pelos ideais iluministas -- fazendo com que parcela significativa da elite se distanciasse da metrópole.
As reformas, que a princípio favoreceram a burguesia espanhola, a médio prazo comprometeriam o colonialismo.
O fim do colonialismo
Do ponto de vista metropolitano, o esgotamento do Sistema Colonial pode ser percebido no início do século XIX, época das Guerras Napoleônias, porém a Europa vivia a crise do Antigo Regime décadas antes e os efeitos da Revolução Industrial e da Revolução Francesa se faziam sentir nos países metropolitanos e foram decisivos para o movimento de independência.
O avanço dos ideais iluministas teve grande importância tanto na metrópole, onde o questionamento do absolutismo colocou o colonialismo em cheque, quanto nas colônias, que passaram a defender a liberdade perante a Espanha.
A invasão das tropas de Napoleão também contribuíram para a difusão do liberalismo, apesar de governar a França de forma ditatorial, o imperador representava a burguesia de seu país e o próprio ideal da Revolução.
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