História, perguntado por BarataTunada, 1 ano atrás

A conjuração baiana teve sucesso?

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Respondido por camila2063
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A Conjuração Baiana, que aconteceu no ano de 1798, foi um movimento de caráter totalmente popular e contou com a participação de escravos, sapateiros, de ex-escravos, alfaiates e de soldados, motivo pelo qual esse movimento também ficou conhecido como Rebelião dos Alfaiates, além de médicos, padres e de advogados.


Em 1763, a capital brasileira foi transferida para a cidade do Rio de Janeiro, o que acabou acarretando dificuldades na economia para a cidade de Salvador, onde a população era considerada miserável, sobrecarregada por diversos tributos e que com frequência contestava a exploração da metrópole. Em 1776, o sucesso do processo de independência dos Estados Unidos, a independência do Haiti em 1793, e as realizações da Revolução Francesa em 1789, acabaram provocando no estado da Bahia a propagação dos ideais de liberdade, fraternidade e de igualdade, por intermédio dos profissionais liberais e dos intelectuais, empolgando dessa maneira uma pequena parcela de toda a população que residia em Salvador.

Começaram então a acontecer encontros secretos em que discutia-se os princípios de uma revolução e ainda preparavam uma conspiração contra as autoridades lusas, movimento que contou com a participação de camadas mais pobres da população e de membros da elite baiana. Os revoltosos, pleiteavam que fosse organizado um governo democrático, republicano e totalmente independente de Portugal, além de um aumento no salário dos soldados, liberdade de comércio. A maioria deles também defendia que a escravidão fosse abolida de vez, bem como o fim do preconceito contra mulatos e negros.

Apesar de os revoltosos concordarem com o estabelecimento da autonomia do Brasil, eles não concordavam quando mudanças na estrutura interna. Por isso, diversos membros da elite baiana se retiraram da batalha, quando os populares passaram a deixar claro que queriam o fim dos privilégios dos senhores e anunciarem que eram contra o regime escravista.

Entre os principais líderes do movimento estão os alfaiates Manuel Faustino dos Santos Lira e João de Deus, o padre Francisco Gomes, os soldados Luís Gonzaga das Virgens, Lucas Dantas de Amorim Torres e Romão Pinheiro, o farmacêutico João Ladislau de Figueiredo, o médico Cipriano Barata e o professor Francisco Barreto. Era na casa do farmacêutico João Ladislau Figueiredo que eram realizadas a organização secreta Cavaleiros da Luz.

Em 12 de agosto do ano de 1798, os revoltosos deram início ao movimento de combate. Para isso, espalharam cartazes pela cidade e ao mesmo tempo, o governador da cidade de Pernambuco Dom Fernando José de Portugal começava a organizar um movimento de repressão a essa revolta. Mas, alguns traidores acabaram denunciando para as autoridades de Portugal o movimento, o que culminou na prisão de alguns dos envolvidos.

Os envolvidos na Conjuração Baiana que eram de camadas mais pobres da sociedade acabaram sendo condenados com penas mais duras. Alguns deles receberam castigos no corpo. Já Manuel Faustino, João de Deus Nascimento, Luís Gonzaga das Virgens e Lucas Dantas acabaram sendo executados e cruelmente esquartejados e como aconteceu na Inconfidência Mineira, com Tiradentes, as partes de seus corpos foram espalhados por toda a cidade de Salvador, como uma maneira de demonstrar poder e de tentar reprimir outros movimentos de revolta.

Já os envolvidos da Conjuração Baiana que eram membros da elite da Bahia, alguns foram inocentados e outros presos e enviados para o exilo.

Apesar de terem sido derrotadas, as rebeliões separatistas mostravam a opressão da metrópole sobre a colônia, a insatisfação com a exploração e ainda a impossibilidade de sustentação de um sistema colonial em território brasileiro. As guerras napoleônicas e a Revolução Francesa acabaram obrigando que a família real se mudasse para o Brasil, fato que acabou acelerando o processo de independência da colônia portuguesa na América.

Em 1806, iniciou-se o bloqueio continental, que proibia o comércio entre os países europeus. Mas, D. João, príncipe regente de Portugal não acatou essa imposição. Dessa maneira, Napoleão determinou a invasão de Portugal, o desmembramento do reino e de suas colônias e a derrubada do governo. No ano seguinte, a família real, juntamente com 15 mil pessoas, deixou Portugal e levaram tudo o que podiam.

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