A China é um país democrático? explique sua resposta
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A ironia, é claro, é que nem os sírios, nem os chineses escolhem os seus próprios líderes, nem o caminho do seu desenvolvimento (a mídia estatal síria ainda alega que o país é um Estado democrático). Ambos são governos autoritários — um próspero, o outro falido — disfarçados de democracias.
A China é hoje a segunda maior economia do mundo, e seus governantes reinam com um autoritarismo tão implacável que políticos do mundo todo os invejam. E, no entanto, Pequim segue insistindo – apesar de sua falta de eleições justas e diretas, da falta de uma mídia sem censura e da falta de um poder judiciário independente – que o país é democrático.
Hipocrisia e falsidade
Então, por que é que a China continua se chamando de democracia? Alegações dessas permitem a Pequim legitimar suas próprias ações – e, no caso da sua perspectiva sobre os ataques norte-americanos, legitimar também as ações do governo sírio – como sendo representantes da vontade popular.
Essa hipocrisia e falsidade vêm servindo bem a Pequim.
“Imagine se o país se chamasse Autocracia Popular da China ou Autocracia Gloriosa da China”, disse Perry Link, professor da University of California em Riverside, que há décadas vem estudando as questões de direitos humanos na China. Alternativamente, diz ele, nomes como a República Popular da China, ou também, por exemplo, a República Democrática Popular da Coreia – o nome oficial da Coreia do Norte –, transferem o ônus da prova, de comprovar que o país é realmente democrático, para o outro lado da relação.
Sim, Pequim com a palavra “democracia” quer dizer alguma coisa bem diferente do sentido que os norte-americanos atribuem a ela – e isso tem muito a ver com as origens ideológicas do Partido Comunista chinês. Vladimir Lênin era defensor de um “centralismo democrático”, sistema no qual quem ditavam as políticas eram oficiais supostamente eleitos de forma democrática. De modo semelhante, Mao clamava pela “ditadura democrática do povo” – uma ditadura feita pelo povo, para o povo, supostamente superior ao sistema “falido” da “democracia burguesa ocidental”, nas quais as elites saqueavam a classe trabalhadora.
A China é hoje a segunda maior economia do mundo, e seus governantes reinam com um autoritarismo tão implacável que políticos do mundo todo os invejam. E, no entanto, Pequim segue insistindo – apesar de sua falta de eleições justas e diretas, da falta de uma mídia sem censura e da falta de um poder judiciário independente – que o país é democrático.
Hipocrisia e falsidade
Então, por que é que a China continua se chamando de democracia? Alegações dessas permitem a Pequim legitimar suas próprias ações – e, no caso da sua perspectiva sobre os ataques norte-americanos, legitimar também as ações do governo sírio – como sendo representantes da vontade popular.
Essa hipocrisia e falsidade vêm servindo bem a Pequim.
“Imagine se o país se chamasse Autocracia Popular da China ou Autocracia Gloriosa da China”, disse Perry Link, professor da University of California em Riverside, que há décadas vem estudando as questões de direitos humanos na China. Alternativamente, diz ele, nomes como a República Popular da China, ou também, por exemplo, a República Democrática Popular da Coreia – o nome oficial da Coreia do Norte –, transferem o ônus da prova, de comprovar que o país é realmente democrático, para o outro lado da relação.
Sim, Pequim com a palavra “democracia” quer dizer alguma coisa bem diferente do sentido que os norte-americanos atribuem a ela – e isso tem muito a ver com as origens ideológicas do Partido Comunista chinês. Vladimir Lênin era defensor de um “centralismo democrático”, sistema no qual quem ditavam as políticas eram oficiais supostamente eleitos de forma democrática. De modo semelhante, Mao clamava pela “ditadura democrática do povo” – uma ditadura feita pelo povo, para o povo, supostamente superior ao sistema “falido” da “democracia burguesa ocidental”, nas quais as elites saqueavam a classe trabalhadora.
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