A cantiga da Ribeirinha completo em português?
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No mundo non me sei parelha,
mentre me for' como me vai,
ca ja moiro por vós - e ai!
mia senhor branca e vermelha,
Queredes que vos retraia
quando vos eu vi em saia!
Mao dia me levantei,
que vos enton non vi fea!
E, mia senhor, des aquel di', ai!
me foi a mi muin mal,
e vós, filha de don Paai
Moniz, e ben vos semelha
d'haver eu por vós guarvaia,
pois eu, mia senhor, d'alfaia
Nunca de vós ouve nem ei
valía d'ua correa.
No mundo ninguém se assemelha a mim (parelha: semelhante)
enquanto a vida continuar como vai,
porque morro por vós, e ai
minha senhora de pele alva e faces rosadas,
quereis que vos descreva (retrate)
quando vos eu vi sem manto (saia: roupa íntima)
Maldito dia! me levantei
que não vos vi feia (ou seja, a viu mais bela)
E, mia senhora, desde aquele dia, ai!
tudo me foi muito mal
e vós, filha de don Pai
Moniz, e bem vos parece
de ter eu por vós guarvaia (guarvaia: roupa luxuosa)
pois eu, minha senhora, como mimo (ou prova de amor)
de vós nunca recebi
algo, mesmo que sem valor. (correa: coisa sem valor)
mentre me for' como me vai,
ca ja moiro por vós - e ai!
mia senhor branca e vermelha,
Queredes que vos retraia
quando vos eu vi em saia!
Mao dia me levantei,
que vos enton non vi fea!
E, mia senhor, des aquel di', ai!
me foi a mi muin mal,
e vós, filha de don Paai
Moniz, e ben vos semelha
d'haver eu por vós guarvaia,
pois eu, mia senhor, d'alfaia
Nunca de vós ouve nem ei
valía d'ua correa.
No mundo ninguém se assemelha a mim (parelha: semelhante)
enquanto a vida continuar como vai,
porque morro por vós, e ai
minha senhora de pele alva e faces rosadas,
quereis que vos descreva (retrate)
quando vos eu vi sem manto (saia: roupa íntima)
Maldito dia! me levantei
que não vos vi feia (ou seja, a viu mais bela)
E, mia senhora, desde aquele dia, ai!
tudo me foi muito mal
e vós, filha de don Pai
Moniz, e bem vos parece
de ter eu por vós guarvaia (guarvaia: roupa luxuosa)
pois eu, minha senhora, como mimo (ou prova de amor)
de vós nunca recebi
algo, mesmo que sem valor. (correa: coisa sem valor)
Respondido por
1
Ribeirinha
No mundo non me sei pareiha,
Mentre me for como me vai,
Ca já moiro por vós – e ai!
Mia senhor branca e vermelha,
Queredes que vos retraia
Quando vos eu vi em saia!
Mau dia me levantei,
Que vos enton non vi fea!
E, mia senhor, dês aquel di’, ai!
Me foi a mim mui mal,
E vós, filha de don Paai
Moniz, e bem vos semelha
D’haver eu por vós guarvaia,
Pois, eu, mia senhor, d’alfaia
Nunca de vós houve nen hei
Valia d’ua Correa.
No mundo não conheço quem se compare
A mim enquanto eu viver como vivo,
Pois eu moro por vós – ai!
Pálida senhora de face rosada,
Quereis que eu vos retrate
Quando eu vos vi sem manto!
Infeliz o dia em que acordei,
Que então eu vos vi linda!
E, minha senhora, desde aquele dia, ai!
As coisas ficaram mal para mim,
E vós, filha de Dom Paio
Moniz, tendes a impressão de
Que eu possuo roupa luxuosa para vós,
Pois, eu, minha senhora, de presente
Nunca tive de vós nem terei
O mimo de uma correia.
(Paio Soares de Taveirós)
A “Ribeirinha” a que se refere um dos nomes da cantiga é Maria Pais Ribeiro, amante de D. Sancho I, rei de Portugal entre 1185 e 1211. O poema foi provavelmente dedicado a ela (que seria a “filha de don Paai Moniz”) e tem todas as características típicas de uma cantiga de amor. Há, no entanto, alguns detalhes do texto que merecem ser pensados: o trovador identifica sua dama, fato que fere o código do amor cortês; além disso, o texto fala de um momento em que a dama foi vista na intimidade (“em saia”, isto é, sem o manto), para, em seguida, expor uma reclamação: mesmo sendo a dama uma mulher de condição elevada, não foi capaz de dar a seu poeta um pequeno presente.
Ondas do mar de Vigo, se vistes meu amigo!
E ai Deus, se verrá cedo!
Ondas do mar levado, se vistes meu amado!
E ai Deus, se verrá i cedo!
Se vistes meu amigo, o por que eu sospiro!
E ai Deus, se verrá i cedo!
Se vistes meu amado por que hei gran cuidado!
E ai Deus, se verrá cedo!
Ondas do mar de Vigo, se vires meu namorado!
Por Deus, (digam) se verrá cedo!
Ondas do mar revolto,
Se vires meu amado¹
Par Deus, (digam) se verrá cedo!
Se vires meu namorado,
Aquele par quem eu suspiro!
Par Deus, (digam) se verrá cedo!
Se vires meu amado
Par quem tenho grande temor!
Par Deus, (digam) se verrá cedo!
(Martim Codax)
No mundo non me sei pareiha,
Mentre me for como me vai,
Ca já moiro por vós – e ai!
Mia senhor branca e vermelha,
Queredes que vos retraia
Quando vos eu vi em saia!
Mau dia me levantei,
Que vos enton non vi fea!
E, mia senhor, dês aquel di’, ai!
Me foi a mim mui mal,
E vós, filha de don Paai
Moniz, e bem vos semelha
D’haver eu por vós guarvaia,
Pois, eu, mia senhor, d’alfaia
Nunca de vós houve nen hei
Valia d’ua Correa.
No mundo não conheço quem se compare
A mim enquanto eu viver como vivo,
Pois eu moro por vós – ai!
Pálida senhora de face rosada,
Quereis que eu vos retrate
Quando eu vos vi sem manto!
Infeliz o dia em que acordei,
Que então eu vos vi linda!
E, minha senhora, desde aquele dia, ai!
As coisas ficaram mal para mim,
E vós, filha de Dom Paio
Moniz, tendes a impressão de
Que eu possuo roupa luxuosa para vós,
Pois, eu, minha senhora, de presente
Nunca tive de vós nem terei
O mimo de uma correia.
(Paio Soares de Taveirós)
A “Ribeirinha” a que se refere um dos nomes da cantiga é Maria Pais Ribeiro, amante de D. Sancho I, rei de Portugal entre 1185 e 1211. O poema foi provavelmente dedicado a ela (que seria a “filha de don Paai Moniz”) e tem todas as características típicas de uma cantiga de amor. Há, no entanto, alguns detalhes do texto que merecem ser pensados: o trovador identifica sua dama, fato que fere o código do amor cortês; além disso, o texto fala de um momento em que a dama foi vista na intimidade (“em saia”, isto é, sem o manto), para, em seguida, expor uma reclamação: mesmo sendo a dama uma mulher de condição elevada, não foi capaz de dar a seu poeta um pequeno presente.
Ondas do mar de Vigo, se vistes meu amigo!
E ai Deus, se verrá cedo!
Ondas do mar levado, se vistes meu amado!
E ai Deus, se verrá i cedo!
Se vistes meu amigo, o por que eu sospiro!
E ai Deus, se verrá i cedo!
Se vistes meu amado por que hei gran cuidado!
E ai Deus, se verrá cedo!
Ondas do mar de Vigo, se vires meu namorado!
Por Deus, (digam) se verrá cedo!
Ondas do mar revolto,
Se vires meu amado¹
Par Deus, (digam) se verrá cedo!
Se vires meu namorado,
Aquele par quem eu suspiro!
Par Deus, (digam) se verrá cedo!
Se vires meu amado
Par quem tenho grande temor!
Par Deus, (digam) se verrá cedo!
(Martim Codax)
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