Português, perguntado por jr354736, 6 meses atrás

A CADEIRA DO DENTISTA O dentista surgiu com aquele ar triunfal de quem jamais teve cárie. Ah! Como adoraria vê-lo sentado na própria cadeira extraindo um siso incluso! Mal me acomodei e ele já estava curvado sobre a cadeira, empunhando dois miseráveis ferrinhos, louco para entrar em ação. Nem uma palavra de estímulo ou reconforto. Foi logo ordenando: - Abra a boca. Tentei, mas a boca não obedeceu aos meus comandos. - Não vai doer nada! - Todos dizem a mesma coisa - reagi. Não acredito mais em vocês! - Abra a boca! - insistiu ele. Abri a boca. Numa cadeira de dentista sinto-me tão frágil quanto um recruta diante do sargento do batalhão. Ele enfiou um monte de coisas na minha boca e tocou o dente com um gancho. - Tá doendo? - Urgh argh hogli hugli. Os dentistas são tipos curiosos. Enchem a boca da gente de algodão, plástico, secadores, ferros e depois desandam a fazer perguntas. Não sou daqueles que conseguem responder apenas movendo a cabeça. Para mim, a dor tem nuances, gradações que vão além dos limites de um sim-não. - A anestesia vai impedir a dor - disse ele, armado com uma seringa. - E eu vou impedir a anestesia - respondi duro segurando firme no seu pulso. Ele fez pressão para alcançar minha pobre gengiva. Permaneci segurando seu pulso. Ele apoiou o joelho no meu baixo ventre. Continuei resistindo, em posição defensiva. Ele subiu em cima de mim. Miserável! Gemi quase sem forças. Ele afastou a mão que agarrava seu pulso e desceu com a seringa. Lembrei-me de Indiana Jones e, num gesto rápido, desviei a cabeça. A agulha penetrou a poltrona. Peguei o esguichador de água e lancei-lhe um jato no rosto. Ele voltou com a seringa. - Não pense que o senhor vai me anestesiar como anestesia qualquer um - disse, dando-lhe um tapa na mão. A seringa voou longe e escorregou pelo assoalho. Corremos os dois pra alcançá-la, caímos no chão, embolados, esticando os braços para ver quem pegava a seringa. Tapei-lhe o rosto com meu babador e cheguei antes. A situação se invertera: eu estava por cima. - Agora sou eu quem dá as ordens - vociferei, rangendo os dentes. - Abra a boca! - Mas... não há nada de errado com meus dentes. - A mim você não engana. Todo mundo tem problemas dentários. Por que só você iria ficar de fora? Vamos, abra essa boca! - Não, não, não. Por favor - implorou. Morro de medo de anestesia. Era o que eu suspeitava. É fácil ser corajoso com a boca dos outros. Quero ver continuar dentista é na hora de abrir a própria boca. Levantei-me, joguei a seringa para o lado e disse-lhe, cheio de desprezo: - Você não passa de um paciente! *
1. (SAEB D10) O fato que desencadeou a narrativa foi
a) o dentista surgir com um ar triunfal.
b) a falta de cortesia do dentista durante um procedimento dentário.
c) o momento que o paciente recebeu a anestesia do dentista.
d) depois que o paciente jogou a seringa para o lado.
2. (SAEB D12) A finalidade do texto é: *
a) narrar um fato cômico.
b) divulgar o trabalho dos dentistas.
c) dar informações importantes para o leitor.
d) dar instruções durante um procedimento dentário.
3.(SAEB D1) Segundo o texto, *
a) o procedimento dentário do paciente foi concluído.
b) em um momento o dentista ficou na mesma situação dos seus pacientes.
c) no início do procedimento, o paciente se sentia seguro, mas logo após receber a anestesia ficou revoltado.
d) o dentista não tinha medo de anestesia.
4.(SAEB D4) Há uma opinião em: *
a) “Enchem a boca da gente de algodão, plástico, secadores...”
b) “Permaneci segurando seu pulso.”
c) “A anestesia vai impedir a dor.”
d) “É fácil ser corajoso com a boca dos outros.”
5.(SAEB D13) O trecho que apresenta uma linguagem informal é: *
a) “Você não passa de um paciente!”
b) “Não vai doer nada!”
c) “Corremos os dois pra alcançá-la”
d) “Levantei-me, joguei a seringa para o lado e disse-lhe...”​

Soluções para a tarefa

Respondido por editanimes45
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Resposta:

desculpa mais eu não sei

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