A bela orgulhosa ia pela calçada quando parou perto um automóvel de luxo. A orgulhosa estremeceu ante o esplendor e a autoridade da carruagem.
Laca azul da carroceria, cauda de peixe, brilho nos metais, grandes pneus raiados de branco. Um jovem atrás dos vidros. Olhar verde do jovem e luz dos
holofotes, qual o mais forte?
A bela sonhava uma fuga ao país das maravilhas.
Ela e o automóvel se medem por instantes. A bela amolece. E com vagarosa delícia entrega-se ao automóvel, que a engole e foge com ela em disparada.
Populares recebem no rosto a fumaça da descarga. Sentem inveja, sentem raiva. Mas se conformam.
Horas depois, o mesmo carro fazendo gemer a buzina passa devagar, espreitando calçadas, roncando, querendo mais...
– Você viu só, Manuel? Que danado, hein?
MACHADO, Aníbal Monteiro. João Ternura. Rio de Janeiro: José Olympio, 1968. (Fragmento)
As ações atribuídas ao automóvel substituem, simbolicamente, o
A)interesse da bela por ascensão social.
B)jovem que está dentro dele.
C)status social de seu proprietário.
D)valor social do brilho dos metais.
Soluções para a tarefa
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Resposta:
Alternativa B
Jovem que está dentro dele.
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