Português, perguntado por hatakinho02, 7 meses atrás

a) As duas versões do título fazem referência a gêneros textuais: a
receita e o poema, especificamente na forma de soneto. Como o
poema se relaciona com esses gêneros?

b) Releia os versos 1 e 2. Na sequência formada por “papel", "parede" e
"algo", o último item tem sentido menos preciso. Explique por que
isso ocorre e se há prejuízo nas orientações recebidas pelo leitor.

c) Releia os versos 5 e 6. Os pronomes indefinidos “muitas" e "muitos"
expressam quantidade determinada ou indeterminada? Justifique.

d) Que pronome indefinido poderia ser empregado para sugerir a
mesma noção de quantidade expressa por "muitas" e "muitos"?

e) Qual diferença de sentido existiria se o pronome "cada", no verso 5,
fosse substituído por todas as?

f) Embora destinado ao público infantil, o poema trata da experiência
dos artistas ao comporem suas obras. O que ele destaca?​

Anexos:

Soluções para a tarefa

Respondido por aninha178970
3

Resposta:

MENDIGO

Eu estava numa banca de jornais na Avenida, quando a mão do mendigo se estendeu. Dei-lhe uma nota tão suja e tão amassada quanto ele. Guardou-a no bolso, agradeceu com um seco obrigado e começou a ler as manchetes vespertinas. Depois me disse:

- Não acredito um pingo nos jornalistas. São uns mentirosos. Mas tá certo: mentem para ganhar a vida. O importante é o homem ganhar a vida, o resto é besteira.

Calou-se e continuou a ler notícias eleitorais.

- O Brasil ainda não teve um governo que prestasse, nem rei, nem presidente. Tudo uma cambada só.

Reconheceu algumas qualidades nessa ou naquela figura (aliás, com invulgar pertinência para um mendigo), mas isso, a seu ver não queria dizer nada:

- O problema é o fundo da coisa: o caso é que o homem não presta, ora, se o homem não presta, todos os futuros presidentes também serão ruínas. A natureza humana é que é de barro ordinário.

Meu pai, por exemplo, foi um homem bastante bom. Mas não deu certo ser bom durante muito tempo: ele virou ruim.

Suspeitando de que eu não estivesse convencido da sua teoria, passou a mostrar para mim que também ele era um sujeito ordinário como os outros:

- O senhor não vê? Estou aqui pedindo esmola, quando poderia estar trabalhando. Eu não tenho defeito físico nenhum e até que não posso me queixar da saúde.

Tirei do bolso uma nota de cinquenta e lhe ofereci pela sua franqueza.

- Muito obrigado, moço, mas não vá pensar que eu vou tirar o senhor da minha teoria. Vai me desculpar, mas o senhor também no fundo é igualzinho aos outros. Aliás, quer saber de uma coisa? Houve um homem de fato bom, cem por cento. Chamava-se Jesus Cristo. Mas o senhor viu o que fizeram com ele?!

(Paulo Mendes Campos)

1. O personagem principal do texto é:

O cronista que conta a história.

O presidente, a quem o mendigo se refere.

O mendigo, que não para de falar.

O moço, que deu a esmola.

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