História, perguntado por giuliapedrorocha, 10 meses atrás

A agromanufatura da cana resultaria em outro produto tão
importante quanto o açúcar: a cachaça. Alambiques proliferaram ao longo dos séculos coloniais. A comercialização da
bebida afetava profundamente a importação de vinhos de
Portugal. Esse comércio era obrigatório, pois por meio dos
tributos pagos pelas cotas do vinho importado é que a Coroa
pagava as suas tropas na Colônia. A cachaça produzida aqui
passou a concorrer com os vinhos, com vantagens econômicas e culturais. Essa concorrência comercial entre colônia e
metrópole se estendeu para as praças negreiras e rotas de
comercialização de escravos na África portuguesa. A cachaça
brasileira, por ser a bebida preferida para os negócios de
compra e venda de escravos africanos, colocou em grande
desvantagem a comercialização dos vinhos portugueses
remetidos à África. A longa queda de braço mercantil acabou favorecendo afinal a cachaça, porque sem ela, nada de
escravos, nada de produção na Colônia, com consequências
graves para a arrecadação do reino.
(Ana Maria da Silva Moura. Doce, amargo açúcar.
Nossa História, ano 3, no 29, 2006. Adaptado)
A partir dessa breve história da cachaça no Brasil, é correto
afirmar que
(A) essa produção prejudicou os negócios relacionados ao
açúcar, porque desviava parte considerável da mão de
obra e dos capitais, além de incentivar o tráfico negreiro
em detrimento do uso do trabalho compulsório indígena,
que mais interessava ao Estado português.
(B) esse item motivou recorrentes conflitos entre as elites
colonial e metropolitana, condição em parte solucionada
quando as regiões africanas fornecedoras de escravos
tornaram-se também produtoras de cachaça, o que
desestimulou a sua produção na América portuguesa.
(C) essa bebida tem uma trajetória que comprova a ausência
de domínio da metrópole sobre a América portuguesa,
porque as restrições ao comércio e à produção de mercadorias no espaço colonial não surtiam efeitos práticos
e coube aos senhores de engenho impor a ordem na
Colônia.
(D) esse produto desrespeitava um princípio central nas relações que algumas metrópoles europeias impunham aos
seus espaços coloniais, nesse caso, a quebra do monopólio de grupos mercantis do reino e a concorrência a
produtos da metrópole.
(E) essa mercadoria recebeu um impulso importante, mesmo
contrariando as determinações metropolitanas, mas, gradativamente, perdeu a sua importância, em especial quando
o tabaco e os tecidos de algodão assumiram a função de
moeda de troca por escravos na África.

Soluções para a tarefa

Respondido por ojosnegros
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A partir dessa breve história da cachaça no Brasil, é correto afirmar que:

(D) esse produto desrespeitava um princípio central nas relações que algumas metrópoles europeias impunham aos

seus espaços coloniais, nesse caso, a quebra do monopólio de grupos mercantis do reino e a concorrência a

produtos da metrópole.✔

Explicaçao:

➖ A principal causadora da quebra entre as relações do Império colonial envolvendo produtos da metrópole é a Cachaça, havia concorrência entre os produtos como o vinho e os Monopólios, existentes no diversos grupos pertencentes ao Reino. ✔

Bons estudos... ♡

Respondido por luispassos413
1

Em seu texto, a historiadora Ana Maria da Silva Moura mostra os limites do exclusivo colonial pretendido por Portugal em seus negócios com sua colônia brasileira. A produção brasileira de cachaça, um subproduto da manufatura do açúcar (principal produto colonial aos olhos lusitanos) concorreu vantajosamente com os vinhos metropolitanos, contrariando, a princípio, o sentido mercantilista da colonização. Por causa da cachaça, a colônia não apenas descumpria sua função de complementar a economia metropolitana, como fazia concorrência com o produto europeu em mercados estrangeiros – os estratégicos portos de exportação de pessoas escravizadas na África. Foi por essa razão que o negócio da cachaça persistiu e afinal triunfou sobre o comércio do vinho lusitano, pois a aceitação da aguardente da cana era muito maior nos mercados africanos que os vinhos de Portugal, assumindo, pois, uma posição estratégica no mercado atlântico de escravos. Desse modo, o comércio da cachaça se ligou permanentemente à atividade fundamental para o sucesso da colonização lusa, o fornecimento de mão de obra para os engenhos e, no século XVIII, as minas de metais preciosos. Sem os braços escravizados dos africanos, não poderia haver colonização. E para obtê-los, Portugal necessitou transigir com a cachaça brasileira.

Logo, a alternativa correta é a D.

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