A agricultura familiar conta com recursos avançados de produção ,formando nos países desenvolvidos ,grandes complexos e sistemas produtivos
Soluções para a tarefa
Um dos principais pontos que devem ser debatidos sobre a agricultura contemporânea é sua capacidade de produção de alimentos, mas também sua contribuição social. A agricultura familiar surge então como alternativa, tanto para uma maior distribuição da renda quanto para um possível aumento na produção de alimentos. Como já foi visto no último post, a chamada “agricultura patronal” (aquela que utiliza trabalhadores contratados em propriedades médias ou grandes), geralmente não apresenta uma boa distribuição de renda se comparada à agricultura familiar. Nesta última, os indivíduos são responsáveis pela produção e comercialização dos alimentos, uma vez que são donos da terra, o que faz com que os lucros da atividade sejam destinados diretamente para os trabalhadores. Porém, um grande empecilho para esse modelo de agricultura é justamente o capital financeiro inicial que os agricultores necessitam para compra de terra, sementes e instrumentos para a atividade. A necessidade de financiamentos de maior prazo e de custos menores do que daqueles oferecidos no mercado, estimularam a criação do PRONAF (Programa Nacional da Agricultura Familiar), que criou uma linha de crédito especial para o setor, tornando-se assim um dos responsáveis pelo grande aumento da produtividade da agricultura familiar no país, demonstrando também o potencial da atividade. No Brasil, cerca de 60% dos alimentos consumidos são produzidos por agricultores familiares. Porém, tanto por questões históricas quanto por questões econômicas, as medidas políticas no país tendem a privilegiar a agricultura patronal. Historicamente estes dois modelos se diferenciam não somente por suas estruturas, mas também pelas diferenças em seus resultados. Em lugares onde a agricultura patronal prevalece, uma maior desigualdade social provavelmente se instalará, como é o caso de países que eram colônias de exploração de nações europeias. Já em locais onde a agricultura familiar tem peso maior, como é o caso dos Estados Unidos e outros países desenvolvidos na Europa e na Ásia, há uma maior distribuição de renda e consequentemente um menor desequilíbrio social. II. Agricultura Familiar e Patronal Além dos sistemas agrícolas convencionais, existe ainda outra forma de analisar os sistemas de produção no campo, que é quando levamos em consideração suas relações de trabalho. Nesse sentido, podemos distinguir duas formas distintas: a agricultura familiar e a patronal. ➢ A agricultura familiar Nesse sistema de produção, todo o gerenciamento é feito por um grupo familiar, sendo ou não os proprietários da terra, com ou sem mão de obra contratada. Podemos reconhecer vários tipos de agricultura familiar, como a de subsistência, a de jardinagem (comum no sul e Sudeste Asiático), os cinturões verdes (em torno dos centros urbanos) e a itinerante (comum em regiões muito pobres do planeta). Agricultura de subsistência Entende-se por agricultura de subsistência a produção de alimentos pelas próprias famílias ocupantes de determinada área, para uso exclusivo de sua produção, provendo desse modo seu sustento. É caracterizada pela baixa produção e utilização de recursos técnicos pouco desenvolvidos, sendo basicamente empregados instrumentos tradicionais como a enxada, a foice ou o arado, e os produtos são invariavelmente, milho, mandioca, batata, feijão, arroz e hortaliças. Além disso, o costume é trocar os excedentes por outros produtos que não são produzidos naquele terreno em particular. O ambiente comum de tal prática são as pequenas propriedades rurais (sítios), localizados em regiões pobres. A agricultura de subsistência é planejada por meio de um antigo método, a técnica de rotação e culturas, sendo a mesma frequentemente empregada no cultivo de feijão e milho ou então arroz e mandioca. É assim que esta permite apresentar duas principais formas, que são: • agricultura itinerante - baseada na derrubada e queima de formações vegetais nativas buscando com isso o aumento das dimensões das terras a serem cultivadas. Sua principal desvantagem é causar o empobrecimento do solo, pois através de tal queimada, os nutrientes presentes na terra serão consumidos também. • agricultura de jardinagem - este tipo predomina em especial no sul e sudeste asiático, sendo propício o seu desenvolvimento em meio a solos inundáveis, onde anualmente sua fertilidade é renovada através das monções, longos períodos de chuvas torrenciais e abundantes que ocorrem no verão. A paisagem gerada por este tipo de agricultura é a característico cenário de "terraços", camadas sulcadas pela atividade do agricultor ao longo de encostas férteis de morros, que permitem reduzir a erosão e facilitam a absorção da água pelo solo em uma maior quantidade. • cinturão verde - Cinturão verde é uma área verde que pode ser composta por parques, chácaras, reservas ambientais, jardins ou pomares localizados ao redor de uma cidade (na área periférica).