A adolescência é um período de transição e descobertas. É comum chamarmos este período de “aborrescência” e procurarmos outros adjetivos que deem conta da nossa inabilidade em lidar com a fase. Até pouco tempo, este ser adolescente era uma criança, cujas únicas preocupações eram brincar e tirar boas notas na escola, notas que serviam de “troféus” para seus pais e prestígio entre professores e colegas de classe.
Hoje, não são crianças, não são adultos, mas são cobrados a fazerem escolhas e se responsabilizarem por elas. Há muito a elaborar: corpo em transformação, escolhas a serem feitas, ressignificar, mudanças… Quem sou eu? onde irei? homem ou mulher? adulto ou criança? Haja angústia!
Se para o adolescente o processo não se passa despercebido, para os pais costuma gerar dor de cabeça. Para Freud, a grande tarefa da adolescência está relacionada ao processo de desligamento da autoridade dos pais implicando em uma tensão entre as diferentes gerações. Na infância a criança acreditava que os pais poderiam salvá-la de todos os perigos do mundo, ao crescerem vão se deparando com a realidade e compreendendo os pais como seres tão falhos e faltantes quanto eles mesmos.
O processo costuma ser desafiador tanto para os adolescentes como para os pais, pois envolve o desencantamento da imagem destes por parte do filho como forma de minimizar a sensação de perda das ilusões infantis. Por conseguinte, há um inevitável afastamento das figuras parentais, e o adolescente se depara com isso de um modo em que não há retorno.
Freud, em seu texto “Algumas Reflexões sobre a Psicologia Escolar (1914)”, relata que o jovem começa a vislumbrar o mundo exterior e descobre que o pai não é o mais rico, o mais poderoso e o mais sábio dos seres, causando uma insatisfação que leva esse jovem a criticá-lo e a pagar o preço por frustrá-lo, gerando um desligamento das figuras parentais.
Desligamento que é um não todo. Isso acontece para que o adolescente possa se lançar ao mundo exterior e com isto buscar sua independência e lugar como sujeito no mundo.
Leia o documento a seguir e Elabore um texto entre 12 e 15 linhas sobre os tópicos abaixo: (Cap.2) (0,6) •Justifique o motivo da adolescência ser um período tão turbulento. •Por que é comum existir conflitos com os pais nessa fase? •O que poderia ser feito para tentar ajudar um adolescente que se encontra nessa fase?
Soluções para a tarefa
adolescência é o período da vida em que ocorrem as transformações mais aparentes no corpo, em razão das alterações hormonais.
Inicia-se por volta dos dez ou onze anos de idade, tendo as meninas o acontecimento da primeira menstruação ou menarca, o aumento dos pelos vaginais e o crescimento dos seios.Nos meninos acontece a alteração da tonalidade da voz, o aumento dos pelos pubianos e o crescimento do pênis, que passa a ter ereção e ejaculação.
Segundo D’Andrea, a adolescência é dividida em três fases:
- a pré-puberdade, quando o desenvolvimento físico se acelera e busca maior proximidade com os adultos. O lado emocional é muito confuso, com oscilações de sentimentos como ódio e amor, na busca de identificar-se;
- a puberdade, que se inicia por volta dos treze anos, é marcada pela maturidade dos órgãos reprodutores;
- e a pós-puberdade, entre os quinze e vinte anos, fase em que deve demonstrar responsabilidade diante das cobranças do meio social, como a escolha profissional, estruturar as relações com o sexo oposto e a formação da identidade, necessitando cada vez menos da ajuda intelectual dos adultos.Normalmente os adolescentes buscam grupos de amigos que tenham os mesmos interesses, os mesmos gostos e desejos, a fim de uma identificação menos conflitante e mais amigável.
Nessa etapa da vida é comum tentar se afastar da família, pois essa já não lhes satisfaz em relação aos interesses sociais.
Os pais, não aceitando a busca da liberdade, muitas vezes tomam atitudes autoritárias, que os afastam ainda mais do grupo familiar. Outra atitude errada, normalmente tomada pelas mães, é o fato de não aceitar o crescimento do filho, achando que ainda é criança e tratando-o como tal. Essa atitude também o leva a afastar-se, pois nessa idade já não quer mais ser considerado criança.
Numa fase de tantas transformações, é importante que haja amizade e muito diálogo no convívio familiar e que os pais tentem amenizar os conflitos vividos, sendo mais flexíveis e compreensivos