90 anos da Arte Moderna de 30 Linhas a 50 Linhas
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NOVENTA ANOS DO MOVIMENTO MODERNISTA EM SÃO PAULO - No proximo dia 13 comemoram-se os 90 anos do inicio da Semana modernista de 1922, movimento fundamental para a renovação da cultura brasileira, na esteira das grandes mudanças sociais causadas pela Primeira Guerra na Europa.
A literatura, as artes plasticas, a musica e o teatro no inicio dos anos 20 estavam ainda atrelados à Belle Epoque , com o parnasianismo na poesia, o realismo na pintura, a prosa seguindo os classicos portugueses e se expressando na grande produção literaria brasileira que vem dos anos 70 do Século anterior, ainda no Imperio e chega ao seu periodo de ouro pouco antes do grande conflito mundial. Era uma literatura de alto valor mas de estilo tradicional e carente de renovação.
A Semana de Arte Moderna foi um movimento da elite cultural paulista, que contava com enraizamento na alta sociedade paulistana da época, que abria seus salões para o intelecto e a arte, algo que infelizmente desapareceu. Foi a grande dama Olivia Guedes Penteado quem organizou eventos que ocorreram em torno do Teatro Municipal, com Oswald de Andrade e Mario de Andrade como expressões literárias, Anita Malfatti, Di Cavalcanti e o que seria depois o Grupo Santa Helena na pintura, a inigualavel Tarsila do Amaral, Victor Brecheret na escultura, Heitor Villa Lobos na musica, cabeças pensantes inquietas e renovadoras que romperam canones até então muito caros à chamada "arte estabelecida".
Os modernistas abriram caminho para a grande literatura regionalista que viria nos anos 30 e que mudou a dimensão social da nossa literatura, com Jose Lins do Rego, Graciliano Ramos, Jorge Amado, Gilberto Amado, Erico Verissimo, Guimarães Rosa, na poesia com Carlos Drummond de Andrade, Raul Bopp e Manuel Bandeira, na arquitetura com Oscar Niemayer e Afonso Reidy.
Na pintura o modernismo abriu caminho para uma escola de pintores paulistas de origem italiana, como Volpi, Pennachi e Bonadei, Campofiorito, irmãos Bernardelli, que foram responsaveis por uma grande produção pictorica da melhor qualidade. Essa escola projetou-se nas decadas de 40 e 50 no teatro e no cinema, tornando São Paulo um centro teatral e de cinema que desagua na Bienal de São Paulo, no Museu de Arte de São Paulo e nos MUseus de Arte Moderna (MAM) e de Arte Contemporanea (MAC).
A Semana de Arte Moderna foi mais que uma manifestação de artistas, foi uma vangurda que captou as grandes mudanças sociais que estavam ocorrendo em São Paulo e no Brasil, vivenciadas pelas
insurgencias contra a Republica Velha no mesmo ano de 1922, pela revolução de 1924 em São Paulo, pela Coluna Prestes de 24 a 28 e fechando o ciclo insurrecional com a Revolução de 30 e a nova onda de industrialização em São Paulo, mudando a cara da economia e da sociedade paulistas, abalada pela crise de 29 e pela derrocada da predominancia do café, que arruinou boa parte da aristocracia ligada à Primeira Republica.
A Semana de Arte Moderna foi um catavento, que sentiu a direção das mudanças e se expressou como vanguarda artistica. E por que razão foi em São Paulo e não no Rio?
Tenho minha interpretação pessoal: São Paulo, por causa da grande imigração italiana que constituia boa parte de seu nucleo populacional, ressoava mais o que acontecia na Europa e especialmente na Italia nesses anos. O modernismo paulista tem grande inspiração italiana com Marinetti e ´DÁnnunzio, havia muito movimento de viagens entre S.Paulo e Italia, com navios semanais, havia uma ligação intima dos imigrantes enriquecidos de São Paulo com a Italia, os Matarazzo e os Crespi tinham palacetes na Italia e la passavam longas temporadas, alguns filhos dessas duas familias e dos Prada passaram a morar na Italia, desfrutando da fortuna ganha no Brasil.
Esse ida e volta estimulava a transferencia de idéias, de modas, de tendencias.
Já o Rio de Janeiro tinha uma sociedade tradicional mais voltada para o Brasil e quando viajavam era para a França para o desfrute, para os cabarés e para a vida social, não havia muito interesse artistico nesse fluxo de turismo rico carioca.
De qualquer modo, a Semana propagou-se pelo Brasil e mudou a cultura brasileira para os novos tempos que se iniciaram com o Brasil novo da Era Vargas.