7° cite as medidas tomadas pelos governadores cabanos
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Resposta: Inicia-se, assim, o Período Regencial (1831-1840), marcado por agitações políticas e diversas revoltas motivadas por interesses distintos. A Cabanagem foi uma dessas revoltas regenciais e corresponde a um dos conflitos mais violentos e duradouros do período.
Com o início do Período Regencial, o Brasil encontrava-se em uma situação econômica muito fragilizada e politicamente conturbada. Desde a Revolução Industrial, no século XVIII, os países da Europa passavam por uma série de transformações de ordem política e econômica, e o Brasil, ainda no século XIX, mantinha-se como uma economia extrativista, apesar dos esforços em modernizar o país durante o Império.
O Brasil não conseguia manter uma balança econômica favorável, na medida em que importava mais produtos manufaturados do que exportava, aumentando o déficit comercial em suas contas públicas. Elites econômicas locais disputavam entre si um projeto de nação, bem como noções próprias de patriotismo, fazendo com que o grau de descontentamento com o governo central aumentasse cada vez mais.
Junto a isso, setores populares (escravos alforriados, indígenas, quilombolas e pobres livres) começam a surgir de forma mais decisiva no cenário político, em reação à situação de miséria em que viviam. A Cabanagem faz parte de uma série de outras revoltas regenciais que, cada qual a seu modo, correspondem a esse turbulento contexto histórico em que o Brasil encontrava-se.
Antes mesmo da independência do Brasil, e do Grão-Pará deixar de ser capitania para tornar-se província, em 1821, a administração central, estabelecida no Rio de Janeiro, possuía um certo isolamento de outras regiões, considerando também as dificuldades de comunicação e acesso ao extenso território brasileiro já naquele período. Esse isolamento do Grão-Pará fazia com que, na ocasião, as atenções políticas estivessem mais voltadas para Portugal do que propriamente para o Brasil litorâneo.
Nesse contexto, surgem duas forças políticas importantes, pois, a partir de uma delas, emerge-se uma das principais lideranças que deram origem à Cabanagem.
A primeira delas assumia um caráter mais conservador, representando os movimentos reacionários, em defesa do absolutismo, e pregando uma maior aproximação com a monarquia portuguesa.
A segunda representava forças modernizadoras liberais na defesa do constitucionalismo, aos moldes dos embates travados em Portugal no episódio da Revolução Liberal do Porto em 1820, mas, também, de uma maior autonomia da então província do Grão-Pará. Os componentes dessa segunda força autoproclamavam-se Patriotas. Desse movimento mais autonomista e liberal, destacaram-se Batista Campos, Eduardo Angelim e Félix Clemente Malcher.
Quando ocorreu, em setembro de 1822, a independência do Brasil, esse embate na província do Grão-Pará entre as forças lusitanas, representando o movimento reacionário, e as forças liberais, cuja maior expressão acabou sendo Batista Campos, estava a todo o vapor. Isso ao ponto de que o reconhecimento oficial da independência na província só se deu em agosto de 1823, após o envio de uma missão militar, chefiada pelo mercenário inglês John Pascoe Grenfell, para debelar os revoltosos e manter o Grão-Pará como parte do então Império do Brasil.
A partir de então, instalou-se um Governo Provisório na província do Grão-Pará. Batista Campos — que, após suas pregações e publicações no jornal O Paraense, recebeu o apoio de parte da elite e também de uma grande massa de pessoas pobres que viviam em cabanas à beira dos rios, composta também por indígenas e ex-escravos, os cabanos —, juntamente com as outras lideranças de seu grupo, foi marginalizado da nova administração implantada na província.
Essa direção que o Governo Provisório havia tomado provocou uma revolta local com adesão, inclusive, das camadas mais populares, os cabanos, exigindo a participação de suas lideranças. Como forma de conter as agitações, Grenfell, o mesmo mercenário inglês, foi enviado para Belém. Dessa vez, Batista Campos acaba sendo preso, diversos nativos são fuzilados, além de tantos outros prisioneiros torturados.
Os cabanos organizam-se e resistem às forças de Grenfell, que deixa o Pará, e também se colocam em oposição às autoridades locais. Batista Campos volta para a capital da província e já se destaca como uma das principais lideranças. O governo central, então, nomeia Machado de Oliveira como presidente da província do Grão-Pará, que passa a ter sua autoridade questionada pelos cabanos.
Buscando estabilizar a situação, a Regência Trina Permanente, autoridade central, nomeia um novo governo para substituir Machado de Oliveira, que chega à capital, Belém, em dezembro de 1833, com Bernardo Lobo de Sousa. Inicia-se, assim, uma política repressora contra os agitadores que, ao invés de conter a situação, conseguiu agravá-la.
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