Português, perguntado por gabriel14072002, 8 meses atrás

6. Qual o tema discutido no texto? Assinale a(s) alternativa(s) correta(s).
( o orgulho; ( ) a vaidade; ( ) a humildade; ( ) a modéstia; ( ) a bondade; ( ) a simplicidade;
() egoismo; () prepotência.
7. Depois de reler o texto atentamente, diga:
a) Que tipo de narrador o texto apresenta? Atente para possivel mudança de foco narrativo.
Justifique sua resposta.
b) Espaço temporal (quando):
c) Personagens:
Espaço físico (onde):​

Soluções para a tarefa

Respondido por vanderlenesantos600
10

Resposta:

preciso do texto pra responder!

Respondido por ruamapetersen
3

Resposta:

A Agulha e o novelo de linha o texto

Machado de Assis

Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha:

— Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que vale alguma cousa

neste mundo?

— Deixe-me, senhora.

— Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está com um ar insuportável? Repito que

sim, e falarei sempre que me der na cabeça.

— Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. Agulha não tem cabeça. Que lhe importa

o meu ar? Cada qual tem o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a dos outros. —

Mas você é orgulhosa.

— Decerto que sou.

— Mas por quê?

— É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa ama, quem é que os cose, senão eu?

— Você? Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora que quem os cose sou eu e muito eu?

— Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pedaço ao outro, dou feição aos babados...

— Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante, puxando por você, que vem atrás

obedecendo ao que eu faço e mando...

— Também os batedores vão adiante do imperador.

— Você é imperador?

— Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel subalterno, indo adiante; vai só mostrando o

caminho, vai fazendo o trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo, ajunto...

Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da baronesa. Não sei se disse que isto se passava

em casa de uma baronesa, que tinha a modista ao pé de si, para não andar atrás dela. Chegou a costureira,

pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha, enfiou a linha na agulha, e entrou a coser. Uma e outra

iam andando orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre os dedos da costureira,

ágeis como os galgos de Diana — para dar a isto uma cor poética. E dizia a agulha:

— Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco? Não repara que esta distinta costureira só

se importa comigo; eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo e acima...

A linha não respondia; ia andando. Buraco aberto pela agulha era logo enchido por ela, silenciosa e

ativa, como quem sabe o que faz, e não está para ouvir palavras loucas. A agulha, vendo que ela não lhe

dava resposta, calou-se também, e foi andando. E era tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais

que o plic-plic-plic-plic da agulha no pano. Caindo o sol, a costureira dobrou a costura, para o dia seguinte.

Continuou ainda nessa e no outro, até que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile.

Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que a ajudou a vestir-se, levava a agulha

espetada no corpinho, para dar algum ponto necessário. E enquanto compunha o vestido da bela dama, e

puxava de um lado ou outro, arregaçava daqui ou dali, alisando, abotoando, acolchetando, a linha para

mofar da agulha, perguntou-lhe:

— Ora, agora, diga-me, quem é que vai ao baile, no corpo da baronesa, fazendo parte do vestido e da

elegância? Quem é que vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto você volta para a caixinha da

costureira, antes de ir para o balaio das mucamas? Vamos, diga lá.

Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de cabeça grande e não menor experiência,

murmurou à pobre agulha:

— Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é que vai gozar da vida, enquanto aí

ficas na caixinha de costura. Faze como eu, que não abro caminho para ninguém. Onde me espetam, fico.

Contei esta história a um professor de melancolia, que me disse, abanando a cabeça:

Explicação:

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