Português, perguntado por nykqzn, 8 meses atrás

6)Em relação ao Texto 1, pode-se afirmar que esse texto se caracteriza

como gênero textual:

(A) crônica, pois aborda uma situação que pode acontecer com qualquer

pessoa no dia a dia, com tom humorístico.

(B) conto, pois é uma narrativa curta, que pode acontecer na vida das

personagens, porém não é comum que ocorra com qualquer um. Tem

caráter real ou fantástico e o tempo pode ser cronológico ou psicológico.

(C) memórias, pois aborda as recordações dos dois personagens principais.

(D) romance, já que é um texto longo, tanto na quantidade de

acontecimentos narrados quanto no tempo em que se desenrola o enredo.

*texto*

Texto 1: Trezentas onças

J. Simões Lopes Neto

Eu tropeava, nesse tempo. Duma feita que viajava de escoteiro, com

a guaiaca empanzinada de onças de ouro, vim varar aqui neste

mesmo passo, por me ficar mais perto da estância da Coronilha, onde

devia pousar.

Parece que foi ontem! ... Era fevereiro; eu vinha abombado da

troteada.

— Olhe, ali, na restinga, à sombra daquela mesma reboleira de mato

que está nos vendo, na beira do passo, desencilhei; e estendido nos

pelegos, a cabeça no lombilho, com o chapéu sobre os olhos, fiz uma

sesteada morruda.

Despertando, ouvindo o ruído manso da água tão limpa e tão fresca

rolando sobre o pedregulho, tive ganas de me banhar; até para

quebrar a lombeira... e fui-me à água que nem capincho!

Debaixo da barranca havia um fundão onde mergulhei umas quantas

vezes; e sempre puxei umas braçadas, poucas, porque não tinha

cancha para um bom nado.

E solito e no silêncio, tornei a vestir-me, encilhei o zaino e montei.

Daquela vereda andei como três léguas, chegando à estância cedo

ainda, obra assim de braça e meia de sol.

— Ah! . .. esqueci de dizer-lhe que andava comigo um cachorro

brasino, um cusco mui esperto e bom vigia. Era das crianças, mas às

vezes dava-lhe para acompanhar-me, e depois de sair a porteira, nem

por nada fazia cara-volta, a não ser comigo. E nas viagens dormia

sempre ao meu lado, sobre a ponta da carona, na cabeceira dos

arreios.

Por sinal que uma noite...

Mas isso é outra cousa: vamos ao caso.

Durante a troteada bem reparei que volta e meia o cusco parava-se

na estrada e latia e corria pra trás, e olhava-me, olhava-me e latia de

novo e troteava um pouco sobre o rastro; — parecia que o bichinho

estava me chamando! ... Mas como eu ia, ele tornava a alcançar-me,

para daí a pouco recomeçar.

— Pois, amigo! Não lhe conto nada! Quando botei o pé em terra na

ramada da estância, ao tempo que dava as — boas tardes! — ao dono

da casa, aguentei um tirão seco no coração... não senti na cintura o

peso da guaiaca!

Tinha perdido trezentas onças de ouro que levava, para pagamento

de gados que ia levantar.

E logo passou-me pelos olhos um clarão de cegar, depois uns coriscos

tirante a roxo... depois tudo me ficou cinzento, para escuro...

Eu era mui pobre — e ainda hoje, é como vancê sabe... —; estava

começando a vida, e o dinheiro era do meu patrão, um charqueador,

sujeito de contas mui limpas e brabo como uma manga de pedras...

Assim, de meio assombrado me fui repondo quando ouvi que

indagavam:

— Então patrício? Está doente?
Obrigado! Não senhor, respondi, não é doença; é que sucedeu-me

uma desgraça: perdi uma dinheirama do meu patrão...

— A la fresca!...

— É verdade... antes morresse, que isto! Que vai ele pensar agora de

mim!...

— É uma dos diabos, é... mas; não se acoquine, homem!

Nisto o cusco brasino deu uns pulos ao focinho do cavalo, como

querendo lambê-lo, e logo correu para a estrada, aos latidos. E

olhava-me, e vinha e ia, e tornava a latir...

Ah!... E num repente lembrei-me bem de tudo. Parecia que estava

vendo o lugar da sesteada, o banho, a arrumação das roupas nuns

galhos de sarandi, e, em cima de uma pedra, a guaiaca e por cima

dela o cinto das armas, e até uma ponta de cigarro de que tirei uma

última tragada, antes de entrar na água, e que deixei espetada num

espinho, ainda fumegando, soltando uma fitinha de fumaça azul, que

subia, fininha e direita, no ar sem vento...; tudo, vi tudo.

Estava lá, na beirada do passo, a guaiaca. E o remédio era um só:

tocar a meia rédea, antes que outros andantes passassem.

[...]​

Soluções para a tarefa

Respondido por jujutchan11
94

Resposta:

B)

Explicação:

eu acho que a letra B e se você estiver vendo essa resposta por favor Vai no meu perfil e responda minhas perguntas também

Respondido por luuuh768652
84

Resposta:

A

Explicação: coloquei essa na prova e tava certa!

espero ter ajudado!bjs


fernando962: obrigado ajudou d +
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