5 Você sempre pergunta pelas novidades daqui
deste sertão, e finalmente posso lhe contar um
importante. Fique o compadre sabendo que agora
temos aqui uma máquina imponente, que está
entusiasmando todo o mundo.
Ninguém sabe mesmo quem encomendou a
máquina. O prefeito jura que não foi ele e diz que
consultou o arquivo e nele não encontrou nenhum
documento autorizando a transação. Mesmo
assim não quis lavar as mãos e, de certa forma,
encampou a compra quando
designou um funcionário para zelar pela máquina.
Ela é o nosso orgulho, e não pense que exagero.
Ainda não sabemos para que ela serve, mas isso já
não tem maior importância.
A única pessoa que ainda não rendeu homenagem à
máquina é o vigário, mas você sabe como ele é
ranzinza, e hoje mais ainda, com a idade. Em todo
caso, ainda não tentou nada contra ela, e aí dele.
Enquanto ficar nas censuras veladas, vamos
tolerando; é um direito que ele tem. Sei que andou
falando em castigo, mas ninguém se impressionou.
VEIGA, José J. A estranha maquina extraviada: contos. 5 ed. Rio de
Janeiro: Bertrand Brasil, 1991. P.75-77. Adaptado.
Sobre o texto, está correto o que se afirma em
1. O narrador mantém-se distanciado do que é
narrado.
II. O vigário revela consciência da ideia de
mitificação da máquina.
III. O narrador dirige-se ao leitor para com ele
estabelecer uma relação de cumplicidade,
IV. O clima de mistério e a presença do absurdo
permitem tomar o relato como exemplo do
fantástico.
Soluções para a tarefa
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