Português, perguntado por deboraroner31, 4 meses atrás

5. Leia o poema.

Ancila negra
Há, ainda, muita coisa a recalcar,
Celidônia, ó linda moleca ioruba
que embalou minha rede,
me acompanhou para a escola,
me contou histórias de bichos
quando eu era pequeno,
muito pequeno mesmo.
Há muita coisa ainda a recalcar:
As tuas mãos negras me alisando,
os teus lábios roxos me bubuiando,
quando eu era pequeno,
muito pequeno mesmo.
Há muita coisa ainda a recalcar
ó linda mucama negra,
carne perdida,
noite estancada,
rosa trigueira,
maga primeira.

Há muita coisa a recalcar e esquecer:
o dia em que te afogaste,
sem me avisar que ias morrer,
negra fugida na morte,
contadeira de histórias do teu reino,
anjo negro degredado para sempre,
Celidônia, Celidônia, Celidônia!
Depois: nunca mais os signos do regresso.
Para sempre: tudo ficou como um sino ressoando.

E eu parado em pequeno,
mandingando e dormindo,
muito dormindo mesmo.

(LIMA, J. Poesia completa. V.I. 2ª edição, R.J.: Nova Fronteira, 1980, p.170.)

Nesse poema, o resgate da condição de rebaixamento da negra, imposta pela escravidão, deve-se ao

A) título, cujo termo latino representa a homenagem do eu adulto à deusa de sua infância.
B) reiterado uso do verbo recalcar, identificado como o poder do inconsciente.
C) relato da beleza da moleca ioruba, que preserva suas raízes africanas.
D) contraponto entre a grandiosidade da negra e o pequeno tamanho do menino.

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Respondido por egirlyuna8
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Resposta:

a reposta é a letra (A) espero ter ajudado

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