5 – Como vivem a maioria da população negra no Brasil hoje?
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Resposta:
Bom dia Boa tarde Boa noite
Dia de falar das condições, da situação e da produção negra do Brasil não é só em novembro. É todo dia. O Outubro Negro na Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, em São Paulo, chega com essa provocação a sua segunda edição com apresentações culturais e mesas que abordam a contribuição científica e a saúde da população negra, respondendo a uma demanda dos próprios alunos por um maior contato com o tema. Os encontros vão durar três semanas, que começam no dia 2 e vão até 30 de outubro.
Eles são mais de 106 milhões de pessoas. São mais da metade da população do país. Mas, ainda hoje, no Brasil, os negros têm todos os indicadores sociais inferiores aos dos brancos.
Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2013 mostram que 22% da população branca têm ensino médio completo, mais que o dobro do percentual entre os negros, que é de 10%. A mesma desigualdade se observa nos salários. Brancos ganham em média R$ 1.600,00, quase 700 reais a mais que o salário médio dos negros, que é de R$ 921. Para a técnica de planejamento e pesquisa do Ipea Tatiana Dias Silva essa diferença salarial é resultado de uma condição histórica: a falta de acesso aos mesmos direitos que os brancos têm:
"A discriminação, ela é um acúmulo de circunstâncias que levam os indivíduos que eventualmente conseguem chegar ao mesmo patamar de escolaridade e a ter trajetórias totalmente diferentes"
A escravidão que trouxe os negros para o Brasil foi abolida pela Lei Áurea em 1888. Uma nova legislação para mudar o recorte racista da sociedade só veio em 1951, com a Lei Afonso Arinos, que transformou o preconceito de raça em contravenção. Em 1989 a Lei Alberto de Oliveira, ou Lei Caó, tipificou o crime de racismo. Negar o atendimento numa loja, impedir o acesso a transportes públicos por discriminação ou preconceito de raça passou a ser crime, punido com dois a cinco anos de prisão.
Mas, mesmo hoje, 25 anos depois, o racismo continua impregnado nos atos mais cotidianos, como pegar um elevador.
Maria da Anunciação trabalhava num prédio como zeladora. Foi vítima de racismo quando usava o elevador social:
“Tava um moço lá, quando me viu, mandou eu sair. Falou que elevador social não era pra carregar preto nem empregada... ele começou a me xingar de v@g@bund@, que preto não podia existir..."
Maria procurou a Justiça e ganhou o processo que moveu contra o morador por crime de racismo:
"Eu tinha o direito de ir e vir, como todo mundo.... pra ele, negro tinha que estar no elevador de serviço."