Geografia, perguntado por burro1com1br, 5 meses atrás

4Não se pode falar de revoltada cabana sem levar em conta o processo da adesão do Pará a independência do Brasil em 1823-esplique

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Respondido por medinopaulo92
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Resposta:

Cabanagem

Cabanagem foi como ficou conhecida a revolta que ocorreu entre 1835-1840 na antiga província do Grão-Pará (não confundir com a Cabanada, que ocorreu em Pernambuco e Alagoas em 1832). Após D. Pedro I abdicar do trono do Brasil, em 07 de abril de 1831, seu filho, Pedro II, sucessor direto, tinha apenas cinco anos e quatro meses de idade, enquanto a Constituição de 1824 determinava que, para assumir o cargo, o imperador precisaria ter pelo menos 21 anos completos.

resposta: Antes mesmo da independência do Brasil, e do Grão-Pará deixar de ser capitania para tornar-se província, em 1821, a administração central, estabelecida no Rio de Janeiro, possuía um certo isolamento de outras regiões, considerando também as dificuldades de comunicação e acesso ao extenso território brasileiro já naquele período. Esse isolamento do Grão-Pará fazia com que, na ocasião, as atenções políticas estivessem mais voltadas para Portugal do que propriamente para o Brasil litorâneo.

Nesse contexto, surgem duas forças políticas importantes, pois, a partir de uma delas, emerge-se uma das principais lideranças que deram origem à Cabanagem.

A primeira delas assumia um caráter mais conservador, representando os movimentos reacionários, em defesa do absolutismo, e pregando uma maior aproximação com a monarquia portuguesa.

A segunda representava forças modernizadoras liberais na defesa do constitucionalismo, aos moldes dos embates travados em Portugal no episódio da Revolução Liberal do Porto em 1820, mas, também, de uma maior autonomia da então província do Grão-Pará. Os componentes dessa segunda força autoproclamavam-se Patriotas. Desse movimento mais autonomista e liberal, destacaram-se Batista Campos, Eduardo Angelim e Félix Clemente Malcher.

Quando ocorreu, em setembro de 1822, a independência do Brasil, esse embate na província do Grão-Pará entre as forças lusitanas, representando o movimento reacionário, e as forças liberais, cuja maior expressão acabou sendo Batista Campos, estava a todo o vapor. Isso ao ponto de que o reconhecimento oficial da independência na província só se deu em agosto de 1823, após o envio de uma missão militar, chefiada pelo mercenário inglês John Pascoe Grenfell, para debelar os revoltosos e manter o Grão-Pará como parte do então Império do Brasil.

A partir de então, instalou-se um Governo Provisório na província do Grão-Pará. Batista Campos — que, após suas pregações e publicações no jornal O Paraense, recebeu o apoio de parte da elite e também de uma grande massa de pessoas pobres que viviam em cabanas à beira dos rios, composta também por indígenas e ex-escravos, os cabanos —, juntamente com as outras lideranças de seu grupo, foi marginalizado da nova administração implantada na província.

Explicação:

Estima-se que mais de 30 mil pessoas foram mortas durante os confrontos, o que, na época, representava algo em torno de mais de 30% da população local. Aldeias indígenas inteiras teriam sido dizimadas e desaparecidas. O desfecho do conflito, no ano de 1840, marcava também o fim do período mais crítico de instabilidade do Império, e, com o Golpe da Maioridade, D. Pedro II, aos 14 anos, torna-se o segundo imperador do Brasil.

A Cabanagem ainda é um tema pouco trabalhado na história do Brasil, contudo o nível de violência em que a capital da província foi submetida marca fortemente a história e imaginário locais.

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