4- Quais as questões norteadoras dos estudos
Soluções para a tarefa
Resposta:
SITUAÇÕES PARA ESTUDO DE CASO
Questões norteadoras
- Qual/quais o/s conflito/s ? (aparente e subliminar)
- quem são os atores do conflito?
- quem são os afetados pelo conflito?
- o que esse conflito explicita da escola?
- que outras ponderações?
SITUAÇÃO 1
Nesta última quinta, Maria fez novamente xixi na roupa quando estava na perua escolar vindo
para a escola. Foi de novo um alvoroço na perua. Um pessoal de outras turmas dando risada do
riozinho que se formou embaixo de Maria, e que mudava de direção com as curvas da perua; as
meninas mais próximas de Maria, colegas de sala, perguntando se podiam ajudar; e seu
Francisco, perueiro, tentando não ficar bravo com Maria, mas já irritado ao antever a cobrança
que ia recair sobre ele e a limpeza que teria de fazer na perua. Eu não tenho tempo e não me
sinto à vontade para ajudar Maria a se trocar. O máximo que posso fazer é tentar conter a
chacrinha dos mais velhos, assim mesmo, eu não sou bedel....
Dito e feito, chegou na escola, Maria desceu e logo veio Joana, que ficava na porta recebendo
as crianças, brava com ele. Por que deixou de novo Maria chegar na escola toda molhada?! Não
custava nada ajudá-la a se trocar para ela não passar pelo vexame dentro da escola, já bastava
o vexame dentro da perua! Joana reclamava brava com Seu Francisco, segurando Maria pela
mão. Quem passava por eles ia sabendo do ocorrido.
E um tal de ir para a Diretoria, ligar para a mãe, que não mandou troca de roupa… Se ao menos
ela colocasse fraldas na menina, se irritava Joana… Finalmente, pegaram uma roupa dos achados
e perdidos e colocaram nela.
Com isso, Maria chegou atrasada em sala, meio desenxabida. O professor olhou meio torto, mas
não teve coragem de falar nada… Maria tem problemas com esfíncteres e quase todos os dias
acabava se atrasando; a entrada dela sempre desorganizava um pouco o andar da aula, os
alunos se agitavam... Pelo menos desta vez, ela não chegou molhada na sala de aula, pensou ele
aliviado. A situação já estava resolvida. Bastou chamar a turma pra se concentrar de novo e foi
tudo bem. Quando ela chega molhada posso dar por perdida minha aula...
A situação de Maria já havia sido discutida muitas vezes entre professores e direção, mas nunca
se chegava a nada. A briga girava em torno de saber quem era responsável por trocar esta
criança. O perueiro, a mãe, quem a visse primeiro molhada, a diretora?
SITUAÇÃO 2
No início deste ano a nossa escola recebeu Kleber, um aluno um tanto diferente. Ele tem tem a
cabeça bem grande, maior que a das outras crianças. Desde o primeiro dia de aula isso foi um
problema pois, por onde Kleber passava, era notado.
Os demais alunos, tanto os da sua sala quanto os das outras, acabavam fazendo chacota e o
chamavam de “cabeção”. Mesmo durante as aulas, rolavam risadinhas de algumas crianças que
sentavam atrás de Kleber e insinuavam terem que se mover das carteiras para poderem
enxergar a lousa.
Ontem, durante o intervalo, tivemos uma situação limítrofe: vários meninos gritaram o nome
“cabeção” quando passavam perto dele e Kleber ficou muito zangado e acabou empurrando
dois desses meninos, que caíram e se machucaram. A situação ficou bem tensa na escola depois
disso. Estamos em dúvida sobre qual procedimento devemos assumir. Já pensamos em algumas
possibilidades: chamar os pais, advertir os alunos, reunir os meninos e tentar uma conversa
coletiva, mas não sabemos o que fazer, pois Kleber é irritadiço e nunca consegue dialogar com
os colegas, o que dificulta qualquer processo de superação dos problemas.
SITUAÇÃO 3
FURA GREVE!
Escutar isso foi difícil… Pela primeira vez, não aderi à greve. Tentei explicar aos meus antigos
colegas de greve que desta vez não estava convicta, mas foi difícil, nem quiseram me ouvir. Se
bandeou pro lado de lá, né!, foi o que me disseram. Justo eu, que sempre participei ativamente
das greves, trabalhando horrores na articulação, nas manifestações, enfrentando polícia...
Pela primeira vez, vi de dentro o que acontece na escola durante a greve. Trabalhamos muito
durante a greve, fizemos força tarefa para atender todas as crianças cujos pais não tinham com
quem deixar, foi um trabalho insano, misturado com a tensão com os colegas. O pior confronto
foi o dia em que os grevistas foram fazer piquete na frente da escola e foram xingando todos
que iam entrando… e as crianças lá… foi barra.
Esse ano a briga foi feia mesmo. Um tal de xingar, fazer cara feia. Foi um racha mesmo. Na volta
da greve, demorou um tempo para voltar a trocar bom dia com os grevistas. Antes disso, meu
bom dia ficava no ar. E mesmo agora, já em setembro, o racha continua, em quase todas as
discussões de JEIF parecem dois campos de inimigos se enfrentando.
Justo esse ano, que a escola está fervendo, é um tal de fazer bando na escola. As crianças
parecem endiabradas...