Filosofia, perguntado por nicoligeovanna00, 11 meses atrás

4. Parmenides afirmava que a doxa pode nos enganar, mas será que estamos livres de cometer enganos ao utilizar
conhecimentos próprios da episteme?
das idejas​

Soluções para a tarefa

Respondido por mfreitassilva085
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Resposta:

nao sei se esta certo

Explicação:

o tratar dos conceitos de doxa e episteme na obra de Platão, tem-se de levar em conta uma evolução desses termos, no que se refere a sua precisão terminológica. Podese assinalar que nos primeiros diálogos esses termos apresentam certas nuanças terminológicas que não correspondem, precisamente, ao compreendido no diálogo da República. Nesses primeiros diálogos, doxa e episteme estão sempre mesclados a outros conceitos e só podem ser definidos a partir da relação dialética entre eles. Isso faz com que tais conceitos se modifiquem durante o primeiro período da obra platônica. Nos primeiros diálogos, compreende-se doxa como simples opinião. O temo grego encerra a significação de uma certa noção de julgamento e sentimento, no sentido de resolução e decisão parcial, baseada unicamente nos dados presentes. Isso implica que doxa é compreendida como um certo juízo subjetivo que tem valor apenas momentâneo, um juízo que não poderá ser referência ética, pois tem presente a possibilidade da falsidade das crenças que suportam a ação. Sob a mesma perspectiva, nesses primeiros diálogos, episteme é vista como uma techné, uma habilidade para fazer algo, um tipo de saber que tem seu suporte no conhecimento especializado e preciso da coisa. Essa noção de episteme instrinsecamente ligada à techné também aparece no início do diálogo Górgias como sinônimo de didaskaliké, mas que logo é abandonado por Platão pela proximidade com a arte de Górgias. Esse fato assinala a preocupação crescente em Platão em ajustar os termos dentro de uma precisa terminologia. No diálogo República, esses termos adquirem uma nova delimitação e, apesar de serem considerados radicalmente opostos, mantêm entre si uma relação intrinsecamente necessária. Doxa na República é reafirmada como simples opinião, mas se distancia de episteme, no que concerne ao valor do conhecimento. Aqui episteme, como conhecimento da realidade das coisas, manifesta-se como diretamente ligado à Idéia do bem, no sentido de esta garantir a veracidade do conhecimento. Portanto, na República o termo episteme, que antes suportava a possibilidade de ser habilidade para algo, agora adquire o conteúdo de saber pleno de certeza, um saber evidente que está ligado diretamente com a realidade da Idéia. Com isso, episteme, na República, configura-se como conhecimento verdadeiro diame-tralmente afastado de doxa, que se configura como simples opinião. Apesar disso, tanto no Górgias como na República, surge o problema da doxa verdadeira como possibilidade de se manter a ação devida sem a precisão conceitual que a suporta. Isso implica que, em alguma instância da relação entre epistemologia e ética, é possível considerar a ação sob o ponto de vista de uma doxa verdadeira, mas isso não significa que esse tipo de saber poderá tornar-se fundamento ético em Platão.

O problema da determinação de tais conceitos está ligado ao estabelecimento das questões éticas que aparecem nos primeiros diálogos até a República e que não se mantêm, da mesma forma, até o diálogo as Leis. Com isso, podemos notar que tais diálogos sustentam a estruturação ética do pensamento de Platão e tornam possíveis a abordagem das questões nos diálogos posteriores.

Palavras-chave: Platão, doxa, episteme.

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