4) Explique a invasão ao Afeganistão e Guerra do Iraque.
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Resposta:
Logo depois da retirada das tropas soviéticas do território afegão, em 1989, e da derrubada do regime comunista, os diálogos entre as várias facções para formar uma junta de coalizão fracassam e, aproveitando o vácuo de poder, o Taliban – ‘estudantes’, no dialeto farsi, milícia sunita da etnia dos pashtuns, maioria no país – assume o governo. Está então instaurado o fundamentalismo islâmico no Afeganistão, em 1996. Seus integrantes mais poderosos eram meros ulema, estudantes e universitários, inclusive seu líder, Mohammed Omar. Mais de um milhão de pessoas morrem neste combate fratricida, e milhões estão exilados em países próximos. Esta guerra civil já dura mais de duas décadas. O mais irônico desta situação é estes guerrilheiros, conhecidos como mujahidin, terem sido incentivados, treinados e equipados pelos Estados Unidos, Paquistão, Arábia Saudita e China na guerra contra os soviéticos. Logo depois os norte-americanos se voltam contra seus antigos aliados.
O país também tem sofrido com as vicissitudes econômicas, que provocaram um crescente empobrecimento da população, estimulado ainda mais por escassos suprimentos naturais e pela seca que durante cerca de dois anos atingiu esta região, disseminando a fome e a miséria. A situação piorou ainda mais depois que as tentativas de alcançar a paz e a unificação do poder - através da união entre a Frente Islâmica Unida de Salvação do Afeganistão (Fiusa), grupo composto de várias etnias e tribos da oposição, e o Taliban -, promovidas pela Arábia Saudita, falharam. Neste contexto, o governo revolucionário foi duramente acusado pelos países vizinhos de incitar rebeldes e separatistas contra o poder oficial. Os EUA, responsáveis pelo poder adquirido por esta facção, passaram a pressionar os Taliban para que expatriassem Osama Bin Laden, o saudita terrorista, líder da Al Qaeda, na verdade antigo convidado dos aliados afegãos da potência norte-americana. O Afeganistão se viu isolado no Oriente Médio, e países como o Paquistão - que também apoiou os rebeldes contra a União Soviética -, encontram-se neste momento em uma situação delicada, pois indiretamente são também responsáveis pela ascensão do Taliban.
É neste contexto que, no dia 11 de setembro de 2001, os Estados Unidos sofrem um atentado que entra tragicamente para a História. As Torres Gêmeas do World Trade Center, em Nova Iorque, são atingidas por dois aviões e totalmente destruídas. Uma terceira nave colide com o Pentágono, em Virgínia. O quarto avião caiu no Sul da Pensilvânia, após um conflito entre alguns passageiros e os terroristas, e tinha provavelmente como alvo a Casa Branca. Esta foi a maior ação dos inimigos contra os norte-americanos em seu próprio território. Os adversários seqüestraram quatro aviões, dois da American Airlines e os outros da United Airlines, as maiores empresas aéreas da América, e os utilizaram como armas contra os Estados Unidos. Aproximadamente três mil pessoas morreram neste ataque, o que gerou entre os americanos um terrível trauma, aliado a uma raiva ainda maior. Osama Bin Laden e seu grupo terrorista assumiram as responsabilidades pelo atentado. E então o Afeganistão, acusado de apoiar o saudita, tornou-se o alvo número um das tropas norte-americanas. Assim tem início a chamada Guerra ao Terror, instaurada pelo Presidente George Bush.