História, perguntado por samuelargenor, 1 ano atrás

4) (Enade 2016 – adaptada) Leia o texto a seguir. No primeiro trimestre de 2015, chegaram à Europa, de modo irregular, cerca de 57300 imigrantes, número que corresponde, aproximadamente, ao triplo do verificado no mesmo período de 2014, ano em que todos os recordes haviam sido quebrados. Nesse cálculo, não foram incluídos os imigrantes que naufragaram no Mediterrâneo ao serem transportados em barcos precários, superlotados e inseguros, fretados por mercadores que cobram cerca de 2 mil dólares por passageiro. Disponível em . Acesso em 4 ago. 2016 (com adaptações). Considerando essas informações, elabore um texto dissertativo, posicionando-se a respeito dos referidos movimentos migratórios. Em seu texto, apresente quatro argumentos, sendo dois na perspectiva de quem migra e dois na perspectiva dos países que recebem os imigrantes.

Soluções para a tarefa

Respondido por dalmoalf
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Antes de mais nada devemos analisar o trecho apresentado na questão, em que conhecemos dados sobre migração irregular entre os anos de 2014 e 2015 para o continente europeu, que numa rápida relação vemos que cresceu de maneira intensa, mesmo ignorando alguns dados, como as tentativas por barcos. 

Deste modo podemos formular diversas perguntas para dar um norte para o texto dissertativo que será escrito: que motivo os leva para a Europa? Razão para um crescimento tão intenso em 2014? O que levou ao aumento em 2015? Por que tais pessoas migram? Como são recebidos? Conseguem uma condição de vida melhor quando chegam? O que está sendo feito para solucionar essa crise migratória?

Tendo criado tais perguntas, podemos partir para a construção do texto argumentativo: sempre priorizando uma organização lógica que facilite a compreensão do leitor, com título, introdução, desenvolvimento e conclusão; e tendo em mente as delimitações da questão, abordar movimentos migratórios, apresentando 4 argumentos (2 sobre quem migra e 2 para quem recebe).

 


            "Refugiados e os cercos dos diversos mundos"

            Movimentos de migração sempre estiveram presentes na história do ser humano e na sua relação com o meio que se encontra, desde os indivíduos nômades de mais de 300 mil anos atrás até a recente crise de imigração irregular para Europa, a busca por melhores condições de vida sempre foi um motor para tais pessoas mudarem de lar. Mas não devemos encarar isso como algo normal, na atual crise temos razões especificas que nos fazem pensar sobre o acesso a condições de vida adequadas ao mesmo tempo como o medo da recepção dos refugiados pode acarretar.

            Ao se pensar nessa relação de migrações é importante encara-la como algo diverso e não homogêneo e com consequências habituais, pois se o número cresce de maneira tão intensa, coisas especificas estão ocorrendo e precisam ser conhecidas. Existem famílias que fogem dos conflitos da Guerra Civil na Síria ou vindas dos ataques de Boko Haram no Chade, logo, cada uma com sua história, cultura e com desejos de um presente melhor, são diferentes umas das outras e por isso merecem ser tratadas com compreensão, para que tal problema não se intensifique. Mas infelizmente são tratados sem o direito ao diálogo, como acontece em muitos veículos de comunicação, ocultando a história do problema, apresentando todo a questão como algo que acontece somente agora, mas não com a história e os processos envolvidos que resultaram nisso, isto é, que boa parte desses problemas são reflexos de políticas imperialista de muitos países europeus.

            Assim sendo, mesmo com muita compreensão e empatia, a recepção pode não ser como esperada, ou talvez pior, como aconteceu na Turquia e a famosa foto de uma criança curda morta numa praia, dificultando a situação já extremamente delicada dessas pessoas. O receio de destruição de sua cultura nacional, o medo por receber pessoas potencialmente violentas e a desconfiança pela inserção dos refugiados ao mercado de trabalho são alguns motivos dessas políticas de extremo protecionismo. E com a intensificação da condição migratória fez surgir muitos grupos radicais que encaram tais refugiados como uma ameaça, como o Alternativa para a Alemanha (AfD) que ganhou um amplo espaço no Parlamento defendendo abertamente ideias islamofóbicas. Percebemos que muitos imigrantes desejam fugir de um local de guerra para entrar em uma outra que é ocultada por grandes organizações europeias.

            Tendo esses panoramas, os que desejam melhores condições de vida em meio a um mundo que parece ter diferentes mundos e os que desejam proteger seu país (ou seu mundo), entendemos que o simples diálogo é algo extremamente difícil, pois a migração nunca é planejada, ela acontece de maneira rápida e a recepção dos países europeus se torna muito complicada com amplas políticas de contenção. Nesse espaço entre esses dois grupos há uma ampla necessidade para o diálogo e compreensão, apenas são necessárias novas ideias, como a agencia Frontex, que tenta construir um diálogo, mas sempre se encontra presa aos mecanismos da União Europeia. Fica imprescindível assim uma nova política migratória e uma consciência ética é essencial para a resolução desse problema, pois assim estaríamos construindo realmente um espaço para dialogo e não para imposições, ou seja, um mundo que seja apenas um e em benefício de todas as pessoas.



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