4) A comunidade indígena Tapirapé lutou durante anos para conseguir a demarcação da área do Urubu Branco, onde vivem atualmente. Em 1988, a escola da comunidade foi reconhecida como escola estadual por solicitação da tribo, que queria o reconhecimento de seus estudos como os dos tori (não-índios). Para isso elaboraram uma proposta curricular amplamente discutida com a comunidade. Com relação a aquisição de conhecimentos, apontaram um caminho metodológico no qual os saberes dos Tapirapé estivessem presentes no cotidiano escolar. "Em vez de Educação Escolar Indígena, por que não pensamos Educação Indígena na Escola? Há duas maneiras de se pensar a escola: levar a escola à área indígena e, eventualmente, "adaptá-la". A escola entra na comunidade indígena. A outra maneira traz uma proposta radicalmente diferente: é pensar como a educação indígena entra na escola! Só aí vamos ter educação bilíngue de fato. Fazer isso não é enfraquecer a escola, é o contrário. É o único jeito de a escola ser indígena". (PAULA, 1999, p. 87 apud MELIÀ, 1997) Assinale a alternativa que corresponda ao exemplo de percepção dos problemas ambientais e sociais advindos da ocupação e uso do solo pelas fazendas da região, presente no currículo indígena: Alternativas: a) "(...) Depois nós passamos estudar também sobre classificação dos peixes. Que tipo de peixe nós comemos aqui na aldeia e que tipo de peixes que nós não comemos. Aí os alunos contaram muito tipo de peixes que nós comemos e pouco peixes que nós não comemos (...)". (Relado do Prof. Kaorewygi Reginaldo, 4ª série, 1992. In: PAULA, 1999, p. 85) b) "(...) Fizemos também uma observação sobre o filhote de marimbondo. Essa observação foi feita com os meus alunos. Toda semana de estudo observamos o filhote de marimbondo. Essa observação era somente para saber com quantos dias os filhotes dos marimbondos voam e de que eles se alimentam na sua casinha (...)". (Relato da Prof. Kamoriwa’i Elber, 3ª série, 1989. In: PAULA, 1999, p. 84) c) "Quando nós fomos no Urubu Branco, vimos várias fazendas e muito gado nos pastos. Os brancos derrubaram a mata que tinha na beira do Ipirakwãri. Agora nós fomos observar só pasto no lugar da mata. E deixaram só um pouquinho de mata para Ipirakwãri. E daí que a água desce sem a mata. No Urubu Branco os brancos fizeram um pasto muito grande para os gados. Na estrada do Xani’ãona nós vimos os pau-brasil cortados. Os brancos estão acabando o pau-brasil do Urubu Branco". (Relato de Tamanãxowoo, aluna da 5ª série, 1991. In: PAULA, 1999, p. 86-87) d) "No tema da onça, primeiro os alunos leram o texto na cartilha, fizeram leitura coletiva, leitura individual, copiaram esse mesmo texto no próprio caderno. Depois de copiar tudo acharam palavras novas e circularam só o nome da onça no texto. Em seguida desenharam na folha branca e trabalharam em grupo para fazer um desenho maior com recorte e colagem no cartaz. Os alunos adoraram trabalhar em grupo e fazer desenho com revista velha. Fizeram dramatização, depois chamamos o velho para contar a história da onça para os alunos na sala de aula. E essa história nós gravamos para ficar na escola para as crianças ouvirem e saber como foi a história da onça com tamanduá. Nessa história gravamos até uma música que fizemos para cantar no recreio todo dia quando estudamos (...)". (Relato do Prof. Josimar Ieremy’i, 1ª série, 1994. In: PAULA, 1999, p. 85) e) "Quando acabamos de estudar esse assunto sobre o arroz, nós começamos estudar outro tema que é o porcão. Os alunos desenharam o pessoal matando porcão. Porque teve muito pessoal que estava matando porcão do mato. Então nós estudamos sobre ele. Eles escreveram as histórias deles. Nós treinamos lendo essas histórias que os alunos escreveram sobre o porcão. Nós fizemos com os alunos vários exercícios para eles fazerem. Também nós fizemos uma dramatização com esse assunto sobre o porcão. Nós dividimos em três grupos para fazer essa dramatização". (Relato do Professor Júlio César Tawy’i, 2ª série, 1992. In: PAULA, 1999, p. 84)
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Resposta:
C)
Explicação:
“Quando nós fomos no Urubu Branco, vimos várias fazendas e muito gado nos pastos. Os brancos derrubaram a mata que tinha na beira do Ipirakwãri. Agora nós fomos observar só pasto no lugar da mata. E deixaram só um pouquinho de mata para Ipirakwãri. E daí que a água desce sem a mata. No Urubu Branco os brancos fizeram um pasto muito grande para os gados. Na estrada do Xani’ãona nós vimos os pau-brasil cortados. Os brancos estão acabando o pau-brasil do Urubu Branco”. (Relato de Tamanãxowoo, aluna da 5ª série, 1991. In: PAULA, 1999, p. 86-87)
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