3 - Todos nós somos presença no mundo, e mesmo que os outros não digam, somos necessários e
preciosos uns para os outros. Ao redigir o seu testamento, qual foi o sentimento que lhe tomou?
Por que?
4- Qual analise que você faz de sua vida até então? Em que devo focar mais meu raciocinio para atin-
gir os meus objetivos?
Soluções para a tarefa
Resposta:
resposta pessoal
Explicação:
3- ao redigir o testamento a cima foi um sentimento de alegria, com uma mistura de '' quem realmente sou eu'', por que foi um relato de vivencias.
4- analisei que a devemos viver cada momento que tudo pode te uma segunda visao tudo e questao de querer, sempre manter suas metas em primeiro lugar que seus sonhos todos podem ser realizados basta correr atras
desejo ter ajudado! deixa o obrigado ;)
O exercício de redigir o próprio testamento é o exercício de colocar a própria biografia em uma balança para medir o seu peso. É o encontro marcado com o nosso próprio "eu".
A minha singularidade ( o meu "eu") traz marcas da experiência histórica e coletiva da qual participo, com ou sem a minha vontade.
Isso significa que em nós há alteridade:
- não escolhemos onde e com quem nascemos
- não escolhemos a cultura em que somos criados
- não escolhemos nossa fisionomia, nossa classe social nem nosso sangue
Tais elementos são o "outro" constante em nossas vidas, mas podemos absorvê-los na medida em que damos um sentido para cada aspecto da nossa vida. Não somos plenos como Deus, mas participamos deste Ser, falando em termos estritamente filosóficos. Conhecemos o ser por participação.
Neste sentido, Goethe dizia:
- o único poder real que o ser humano tem é o poder da personalidade.
Este é só o início do problema. A noção de autoimagem implica uma noção de "eu" que pode, por sua vez, variar de pessoa para pessoa. Vejamos o que se pode entender quando se fala "eu".
- O eu pode ser intuição de mim mesmo como presença no mundo e ponto centrípeto de apreensão de mundo. Este eu é descontínuo, não se prolongando no tempo. Pode-se chamar este "eu" de eu presencial.
- O eu pode ser também aquilo - ou aquele - que é reconhecido pela maioria absoluta daqueles que nos cercam. O limite deste eu é a sua função social. É o caso do "médico", do "pai", da "irmã" etc. Trata-se de uma parte marginal do que somos, mas é, talvez, a parte mais facilmente expressa. Este "eu" pode ser chamado de eu social.
- Uma noção mais larga é a do eu biográfico: aquele que integra os diversos campos por onde transita. É a junção da recordação de várias experiências do "eu presencial" com a coordenação entre os diversos papéis sociais exercidos pelo "eu social".
- Este eu biográfico, para manter a integridade de sua biografia, recorrentemente analisa a si mesmo para notar o que foi e o que poderia ter sido em sua vida. Este podemos chamar de eu reflexivo, que serve como controle de garantia do eu biográfico.
Nem o eu biográfico nem o eu reflexivo possuem, contudo, uma unidade inquestionável. Nossas percepções, assim como nossos raciocínios, são feitos de defasagens temporais. O que dá nossa unidade, nossa continuidade, coisa que não somos capaz de criar pois não somos nem sequer capaz de pensá-la, é o eu substancial, nas palavras dos filósofos Olavo de Carvalho e Ronald Robson: ele é desconhecido por excelência.
Este eu substancial não pode ser objetivado: como a sombra de Deus falada por Octavio de Faria, não se pode "fixá-lo". Pode ser conhecido, mas não pensado. O que podemos é resgatá-lo ao conhecer o outro via sua presença. O eu substancial é afirmado no ato - mesmo no menor ato entre duas pessoas.
Este eu substancial é constituído por uma continuidade e uma consistência ôntica maiores, que abrangem os outros eus e a própria descontinuidade da existência corporal. Algo dura, algo permanece. Nas palavras de Espinosa, "sentimos e experimentamos que somos eternos".
É este algo que dura que realiza a tarefa por excelência da filosofia: buscar a unidade do conhecimento na unidade da consciência e vice-versa. O limitado (os eus listados acima) são abrangidos pelo ilimitado (este eu substancial, contínuo que abrange o descontínuo).
=> A fé religiosa não constitui, necessariamente, um componente importante para a autoimagem das pessoas, se a autoimagem das pessoas permanecer no horizonte de consciência delimitado pelos eus presenciais, sociais, biográficos e reflexivos. Todos estes eus existem e se dão sem a necessidade da fé religiosa e, muitas vezes, contra a fé religiosa.
Todavia, quando se trata do eu substancial - o eu que abrange todos os outros eus e que não pode ser fixado - a pergunta religiosa aparece organicamente, com força avassaladora. De onde, afinal, surgiu esta unidade e continuidade que nos permite ter a certeza de que somos o mesmo agora que fomos há anos atrás e que seremos a daqui dois minutos? Por que somos assim?
Mesmo que se neguem as hipóteses religiosas que se jogue tudo no colo do acaso, ainda assim faz-se necessária uma fé religiosa para ser ateu: da mesma forma como existem estudos de religião comparada, estudos de ateísmo comparado dariam boas amostras do quanto de fé na negação é preciso para ser um ateu com convicção.
Para saber mais: brainly.com.br/tarefa/21348966